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Fliaraxá bate recorde de público e vende mais de 56 mil livros

Fliaraxá bate recorde de público e vende mais de 56 mil livros

Fliaraxá bate recorde de público e vende mais de 56 mil livros 1

Com o tema “Imagina o Livro. Imagina a Cidade”, a IV edição do Festival Literário de Araxá chega ao fim com números expressivos e consolida de vez o evento no calendário cultural de Araxá e região. Durante cinco dias de programação, 26 a 30 de agosto, as 15 mil pessoas que passaram pela Fundação Cultural Calmon Barreto, sede do festival, puderam conferir, através de cortejo literário, debates, palestras, oficinas, lançamentos de livros, exposição fotográfica, concurso literário, teatro, saraus e música, o que há de mais pungente e contemporâneo na literatura nacional e internacional. Foram mais de 60 autores, com 37 debates e venda de 56 mil livros na livraria oficial do evento. A edição de 2016 já tem data marcada para  14 a 18 de setembro. 

Autores como Lya Luft, a homenageada do festival, Nélida Piñon, Gonçalo Tavares, Marina Colasanti, Mary Del Priore, entre tantos outros renomados escritores, deram brilho ao evento criando e compartilhando conhecimentos com o público que lotou os três auditórios, de 26 a 30 de agosto. A literatura infanto juvenil também se fez presente com a trinca formada pelas escritoras Thalita Rebouças, Babi Dewet e Paula Pimenta, que arrebataram mais de 700 adolescentes com o lançamento do livro “Um Ano Inesquecível”. A atração resultou em uma enorme fila de autógrafos com duração de mais de 4 horas.

Com uma programação intensa animada por saraus comandados pelos escritores Paulo Netho, José Santos, Salatiel Silva e os mascotes Tamanduel e Lobato, o público também presenciou um memorável encontro das estrelas da literatura Lya Luft, que comemorou 50 anos de carreira literária, e Nélida Piñon que, de forma descontraída, falaram sobre as suas carreiras literárias e deram um show de poesia.

Para o curador do festival, Afonso Borges, o IV Fliaraxá ficará marcado para sempre na história. “O festival vem provar que, a despeito de todo o advento do mundo digital, o contato pessoal, o olho no olho, conversa sem celular é que mantém o mundo em pé. Foi lindo e eu me arrisco a dizer que depois desta edição a cidade de Araxá se transformou por meio de uma revolução cultural”.

O Fliaraxá 2015 manteve a tradição e reafirmou o compromisso de fomentar a literatura com a premiação dos cinco ganhadores do III Concurso de Redação Literatura nas Escolas, que contou com a participação de 2.880 alunos das 23 escolas (municipal, estadual e particular) de Araxá. Com apenas 9 anos, a vencedora do concurso, Maria Bianca, aluna do Colégio São Domingos, explicou como foi a experiência de escrever uma redação para o Fliaraxá: “Passei uma noite inteira pensando no que iria escrever, no começo achei difícil o tema, mas foi só começar a escrever que tudo veio à cabeça. Estou muito feliz”. Antônio Gilberto, diretor da CBMM, principal patrocinadora do festival, ressaltou a importância da premiação: “É uma grande alegria ver a participação de tantos estudantes neste concurso, vamos continuar trazendo cultura para Araxá”.

Outro momento importante do IV Fliaraxá se deu no último dia, quando um público de 1.400 pessoas esteve no evento para prestigiar Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, que comemorou 80 anos de vida. Em uma palestra divertida e emocionante, Mauricio contou sobre o começo da sua carreira, sobre a criação da Turma da Mônica, citou causos e falou de novos projetos. Leitor de Monteiro Lobato na infância, de Júlio Verne, Jack London, entre outros, ele contou que, quando jovem, devorava romances e gostava muito de clássicos russos.

Perguntado qual era o sucesso dos seus personagens, o escritor deu como exemplo o Chico Bento que remete a vida que tinha na infância, ligada ao campo. “Gosto de criar personagens que tenham a ver com a minha vida, criei a Mônica com as características de personalidade da minha filha, meio brigona que tinha inclusive um coelho azul que comprei na feira para ela. Magali, minha outra filha é também muito gulosa, comia uma melancia inteira, aliás, é gulosa até hoje”. 

Mauricio citou os vários caminhos que seu trabalho seguiu, como o uso das revistas em quadrinho na alfabetização e do uso terapêutico para crianças autistas que, ao se identificarem com algum personagem, começam a estabelecer pela primeira vez a comunicação com suas famílias, criando uma interação com a vida.

Um dos momentos mais marcantes da palestra foi quando a mãe de uma criança com cuidados especiais agradeceu ao Mauricio de Sousa pelo seu trabalho, pois o seu filho Pedro “vive no mundo da imaginação e do coração através das histórias da Turma da Mônica”. Muito emocionado, o desenhista não conteve às lágrimas e agradeceu a todos seus fãs o carinho na comemoração de seus 80 anos. Aplaudido de pé, o público cantou “parabéns para você” encerrando o Fliaraxá num clima de homenagem, alegria e encantamento.

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