Super banner
Super banner

Fórum contesta ausência de profissional de Educação Física na rede municipal de ensino

Fórum contesta ausência de profissional de Educação Física na rede municipal de ensino

Vereadores Eustáquio, Amilton, Miguel Jr, e Fabiano; Márcia Helena e Bernardo - Ascom Câmara

O segundo Fórum Comunitário da Câmara Municipal de Araxá desta segunda-feira (25) debateu sobre a ausência de professores de Educação Física nas escolas e creches municipais de Araxá (1º ao 5º ano), por meio de requerimento do vereador Fabiano Santos Cunha (PRB).

Segundo foi relatado por ele na audiência, mais de 4 mil alunos estão com professores de outras disciplinas ministrando aulas de Educação Física. Até o momento, o município não efetivou profissionais da área e professores de Educação Física, e representante do Conselho Regional de Educação Física de Araxá (Cref), Bernardo Brahim Cortez, e uma comissão de professores representada pela profissional Márcia Helena Resende, estão cobrando uma providência do poder público para resolver essa situação.

Assim como a primeira audiência do dia, nenhum representante do Executivo compareceu ao Fórum Comunitário que debateu essa questão. Além disso, os profissionais cobram a efetivação de todos os professores de educação aprovados no último concurso público promovido pelo Município – somente uma parte foi empossada.

De acordo com Márcia Helena, o concurso público regia que os profissionais atuariam nos anos iniciais com nove vagas. “A gente tem professores nos anos finais, mas, entretanto, a gente tem uma demanda de 153 salas de aula com 16 escolas e não tem o profissional atuando. O concurso diz que esses profissionais deveriam atuar nessa área. Os professores regentes que não dão aula de Português, Matemática, Geografia, História e Ciências estão dando aula de Educação Física, o que não é permitido porque a lei federal (9.394) diz que só pode ministrar aulas somente professor efetivo e que tem o curso, ou seja, tem que ser especialista”, diz a professora.

Para o membro do Cref, as crianças devem ter aulas ministradas com profissionais especializados na Educação Física. “Não é demérito com outros profissionais, mas a Educação Física é de competência dos profissionais de Educação Física, uma vez que foi instituído em 98 a lei 9.696 que regulamenta a profissão. O Município adotou a retirada do profissional de Educação Física da sua atuação e deixou para o professor unidocente, pedagogos”, acrescenta Bernardo.

Vereadores e profissionais de Educação Física - Ascom Câmara

Ele aponta os possíveis malefícios dessa prática. “Nós temos na base a prevenção primária de doenças de obesidade, pois as crianças não estão sendo potencializadas a realizar porque a prescrição dessas aulas de Educação Física não é meramente um brincar; isso é direcionado para que haja aprendizagem, um gasto maior de energia que potencialize a redução do peso corporal e diminua a obesidade de doenças hipocinéticas (causadas por falta de movimento ou de exercícios físicos)”, argumenta representante do Cref.

Já o vereador Fabiano, lamentou o não comparecimento do Executivo ao debate. “A gente lamenta profundamente porque, na pior das hipóteses, é obrigação do poder público se fazer presente nas causas de interesse da comunidade, e essa causa é de grande interesse. O fórum sempre tem a prerrogativa de convocar alguém para que possa falar a respeito do tema e especificamente em relação a audiência a convidada foi a secretária (de Educação) Maria Célia (Araújo Oliveira), mas infelizmente não tivemos a sua presença e lamentamos”, afirma.

Plenário durante o debate - Ascom Câmara

Ficou acordado no fórum que cada profissional que ainda não foi nomeado envie um documento com questionamentos sobre a não nomeação de 16 professores de Educação Física na Prefeitura Municipal de Araxá, endereçado à Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos. Caso não se obtenha resposta, o Legislativo vai entrar em ação para tentar resolver o problema, mas o vereador Fabiano acredita em uma solução.

“Nós esperamos que as ações nesse sentido, independente do não comparecimento ao fórum, sejam tomadas e que a gente possa ter a solução não para esses professores, mas principalmente para esses milhares de alunos e adolescentes que esperam por essa situação resolvida. Queremos acreditar na sensibilidade do poder público para causa que envolve professores e milhares de crianças e adolescentes”, conclui.

Notícias relacionadas