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INSS de Araxá é alvo de novas denúncias

INSS de Araxá é alvo de novas denúncias

A agência local do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) volta a ser alvo de graves denúncias, feitas pelo técnico de seguro do instituto, Rogério Farah, que trabalha no órgão há mais de 25 anos e foi responsável pelas acusações que levaram a Polícia Federal (PF) a deflagrar a Operação Lama, em agosto de 2008.

Documentos que comprovam as irregularidades foram remetidos ao Controle Interno do INSS que será responsável pelas investigações. Farah diz que está sofrendo várias ameaças e, com medo de alguma represália, também enviou para conhecidos cópias autenticadas das acusações.

Farah está afastado desde a semana passada do Programa de Educação Previdenciária, função que exercia desde 2000 esclarecendo dúvidas da população sobre a Previdência Social através dos veículos de comunicação.

Segundo a notificação da gerência do INSS, o desligamento do técnico do programa foi devido às críticas que supostamente teria feito ao instituto em uma emissora de rádio.

De acordo com Farah, as críticas são sobre a locação de um terreno pelo instituto que não aconteceu e provavelmente o seu afastamento deve-se às novas denúncias apresentadas, como favorecimentos de terceiros.

“Existem pessoas que não precisam percorrer o caminho normal, basta uma ligação para determinados funcionários que atendimentos são agendados e, às vezes, a aposentadoria é concedida antes mesmo da pessoa comparecer ao instituto.

“Eu comprovei com documentos essas denúncias e também enviei para dois amigos, um procurador federal em São Paulo (SP), porque de repente a gente pode sofrer algum tipo de atentado e vai ter alguém para dar continuidade à denúncia.”

Farah conta que existem outras graves denúncias que podem ser divulgadas. “Eu vi uma senhora que já foi beneficiada por uma aposentadoria irregular e não devolveu os valores. Ela recebe uma pensão, poderiam descontar os valores que ela recebeu indevidamente, mas, ao invés disto, conseguiram marcar uma nova data para dar entrada em outra aposentadoria. Há também outros fatos inexplicáveis. Contrataram um vigilante para trabalhar na agência que tinha sido beneficiário de uma aposentadoria fraudulenta. O supervisor que trabalha lá, a mãe dele mantém um escritório de agilização de aposentadorias”, afirma.

O técnico afirma que uma série de irregularidades acontece no INSS de Araxá. “A gente não pode tratar a moralidade pública assim, se você tem alguém que trabalhe por fora em um serviço que é de sua responsabilidade comunique sua chefia. Na verdade, foi por causa dessas denúncias que fui destituído da minha função de educador previdenciário. A investigação é feita pelo Controle Interno do INSS, sendo que quem está trabalhando no caso em Uberaba é uma funcionária de Araxá.”

Farah diz que as de irregularidades prejudicam a população. “O INSS é de todas as pessoas que contribuem para a Previdência Social e nós não podemos aceitar essas coisas. Hoje, o caixa da Previdência está fortalecido porque a contratação do mercado de trabalho está forte, mas já tivemos situações muito ruins, onde havia dois trabalhadores na ativa para um aposentado”, diz

Temos que olhar o presente que está bom, mas pensar no futuro que pode não ser tão bom. “Não sabemos se teremos outra crise recessiva, onde o caixa da Previdência vai ter uma baixa muito grande, mesmo que tivéssemos superavitários não se admite brincar com o dinheiro do povo”, acrescenta.

Farah afirma que as ameaças sofridas por ele já foram comunicadas às autoridades policiais. “Uma delas está disponível na página de recados do meu orkut que dizia ‘Baleia, você ainda está vivo? Morre…’ Isso logo após eu ter me pronunciado com algumas denúncias.”

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â–º Polícia Federal desarticula esquema de fraude no INSS de Araxá

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