Super banner
Super banner

Médica alerta sobre os riscos com brinquedos

Com o dia das crianças chegando, todo cuidado é pouco na hora de comprar os brinquedos dos baixinhos. Objetos pequenos ou peças que se soltam com facilidade são proibidos e, portanto, a atenção deve ser redobrada. O Hospital João XXIII registra diariamente casos de crianças que engoliram algum objeto pequeno ou até mesmo aspiraram alguns alimentos. De janeiro a setembro deste ano, 2.165 crianças deram entrada no Hospital João XXIII por ingerir corpo estranho. No ano passado, foram registrados 2.897 casos e, em 2006, 3.062.

São peças de brinquedos, moedas, broches, medalhinhas para chupeta, bijouterias, pilhas, baterias e outros objetos engolidos ou colocados em orifícios, como orelha e nariz. A médica pediatra Marislaine Lumena de Mendonça, que trabalha no setor de urgência, disse que hoje existe um cuidado dos fabricantes de brinquedos quanto à segurança dos pequenos consumidores. Mas existem muitos produtos clandestinos que oferecem risco, como baterias e pilhas que saem facilmente e pequenas peças que podem ser arrancadas. Esses objetos têm conteúdo corrosivo que, caso se rompam dentro do corpo, podem causar sérias lesões nos órgãos do aparelho digestivo.

No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) realiza uma série de testes para garantir a qualidade e a segurança dos mesmos, porém muitas crianças ainda são atendidas nos serviços de emergência com lesões relacionadas com o uso desses brinquedos.

Como escolher brinquedos

Segundo a pediatra, que também é membro do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Mineira de Pediatria, os brinquedos devem ser apropriados à idade, ao interesse e ao nível de habilidade da criança. Um brinquedo que serve para uma criança de mais de oito anos, pode ser perigoso para uma menor. Crianças com até três anos têm tendência a colocar pequenas peças na boca e são mais propensas a engolir ou sofrer engasgos e sufocação. Por isso, os brinquedos não devem ser pequenos e não podem ter partes destacáveis.

Dicas:

– Os materiais utilizados na fabricação dos brinquedos devem ser resistentes, não tóxicos e não inflamáveis;

– Evite brinquedos com pontas ou bordas afiadas, pistolas com projéteis, dardos e flechas, pois podem causar ferimentos de gravidade variável;

– Brinquedos que produzem ruídos acima de 100 decibéis podem prejudicar a audição;

– Brinquedos com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm devem ser evitados devido ao risco de estrangulamento de crianças pequenas;

– Evite brinquedos com vidros para crianças até 5 anos;

– Brinquedos elétricos podem causar queimaduras;

– Brinquedos ligados em tomadas, com elementos de aquecimentos, com pilhas e baterias, não são aconselhados para crianças com menos de oito anos. As baterias e pilhas contêm conteúdo corrosivo e podem causar sérios danos ao tubo digestivo quando ingeridas ou sufocação quando aspiradas.

Como comprar brinquedos:

– Guie-se pela faixa etária recomendada pelo fabricante;

– Verifique a identificação do fabricante (nome, CGC, endereço);

– As instruções devem ser claras e objetivas e com ilustrações;

– Produtos importados devem trazer as mesmas informações exigidas para os nacionais, em língua portuguesa, bem como as marcas do Inmetro e do organismo de certificação;

– Observe o número de peças ou regras de montagem, quando for o caso;

– O selo do Inmetro garante que o brinquedo passou por testes que comprovam sua segurança e qualidade;

– Apesar dos preços mais baixos, os brinquedos comercializados por ambulantes geralmente não estão de acordo com as normas de qualidade e segurança, expondo a criança a riscos. Também não têm nota fiscal ou qualquer informação sobre sua origem, o que dificulta a troca ou qualquer reclamação;

– Cuidados com as falsificações. Etiquetas e rótulos podem conter marcas falsificadas por contrabandistas;

– Na dúvida, ou se notar ausência do selo, denuncie. A ouvidoria do Inmetro atende pelo telefone 0800-285-1818.

Outras dicas importantes:

– Inspecione brinquedos novos e velhos regularmente. Conserte ou descarte aqueles que representem riscos;

– Em casa, você pode testar se um brinquedo ou peça de brinquedo é muito pequeno e oferece riscos de engasgo e sufocação para uma criança menor de três anos. Se a peça couber em um tubinho de filme de máquina fotográfica representa risco;

– Ensine as crianças a guardarem seus brinquedos após a brincadeira para prevenir quedas e outros acidentes. Brinquedos para crianças maiores podem ser perigosos para os menores e devem ser guardados separadamente;

– Ao presentear a criança com bicicletas, patins, patinetes e skates, aproveite para ensiná-la sobre segurança na diversão. Compre também os equipamentos de proteção: capacete, joelheira, cotoveleira, luvas e buzina;

– Brinquedos de locomoção, principalmente bicicletas, estão associados a mais acidentes que qualquer outro grupo de brinquedos.

Notícias relacionadas