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Minas incentiva bandas a perpetuarem riqueza cultural

Minas incentiva bandas a perpetuarem riqueza cultural

A Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, por meio da Diretoria de Informação e Fomento da Superintendência de Ação Cultural, convoca as bandas civis de música do Estado para atualizarem sua documentação. O prazo encerra-se na próxima terça-feira (30). Doação de instrumentos, cursos de reciclagem e encontros de bandas são algumas das ações previstas para o Programa de Apoio as Bandas de Música do Estado de Minas Gerais, que acontecerá no final do ano e que se destina, exclusivamente, às bandas civis.

Patrimônio cultural de Minas há mais de 200 anos, as bandas civis de música têm o poder de perpetuar uma tradição típica do Estado. Com 800 agremiações, que reúnem cerca de 30 mil músicos de diversas idades, segundo dados da Secretaria de Cultura, Minas é o Estado com o maior número de bandas registradas.

Nos dados da Fundação Nacional de Artes (Funart), do governo federal, Minas possui 447 bandas cadastradas. Esse valor é inferior aos números da secretaria, mas ainda assim Minas possui mais agremiações musicais. Segundo a Funart, São Paulo vem em segundo lugar, com 167 cadastros.

Mais informações pelo telefone (31) 3269-1119, por meio do e-mail [email protected], ou na sede da Secretaria – Palacete Dantas, Praça da Liberdade, 317, Funcionários, Belo Horizonte/MG – CEP 30.140-010.

Registro histórico

Além de ter a liderança no volume de agremiações, Minas foi também o berço das bandas de música. Em 1774, em Mariana, um senhor de idade, conhecido como Pedro Novalasco da Costa Athayde, teria regido uma corporação musical identificada como a primeira banda de música que se tem notícia no Brasil.

A precursora agremiação mineira continua a fazer história. Uma das descendentes da banda de Pedro Novalasco é a Corporação Musical São Sebastião de Cláudio Manoel, criada em 1891, em Mariana, e atuante até hoje. Funcionando precariamente, seus arquivos iniciais se perderam no tempo.

Como outra instituição desta natureza, viveu períodos de glória, mas também enfrentou fases difíceis e quase acabou, voltando a ser fortalecida em 1976. Com os investimentos do programa de Apoio às Bandas de Música, do Governo de Minas, hoje é uma das grandes expressões da cultura da cidade. Em dezembro de 2006, a banda de Mariana recebeu doação de 13 instrumentos.

De 2005 a maio de 2008 o programa beneficiou 396 bandas, com doação de 4.774 instrumentos em 342 municípios. De 2005 a 2007 o investimento foi de R$ 3,5 milhões. Para 2008 estão previstos R$ 1,750 milhão.

Apesar de ser Mariana, a primeira capital de Minas, a cidade na qual se registra a primeira regência de uma corporação, a mais conhecida história dessa musicalidade popular começa no século XIX, quase meio século depois da apresentação de Pedro Novalasco da Costa Athayde. Diante da iminente invasão de Portugal, D. João VI fugiu para a colônia transferindo sua Corte para o Rio de Janeiro, em 1808. Trouxe consigo uma banda de música, a fim de que tocasse nas cerimônias oficiais as composições conhecidas na metrópole.

Quem pensa que banda é coisa do passado está equivocado. A Sociedade Musical Lira da Paz, de Ravena, no distrito de Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem 33 integrantes, que têm de nove a 22 anos. Apenas três músicos são mais velhos – dois têm 50 anos e um tem 80 anos. O maestro Carlos Antônio também é jovem, tem 31 anos. Outro detalhe, a banda existe desde 1902 e foi reformulada em 2000.

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