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Novo C3 com jeitão de minivan

Novo C3 com jeitão de minivan

Novo C3 com jeitão de minivan 1

Apresentado ao mundo em 2002, o C3 foi o ponto de virada para a Citroën na Europa, a partir do qual a empresa inverteu a tendência de queda de vendas em que havia entrado. No Brasil, é o modelo mais vendido da marca e também foi um dos responsáveis por reforçar a aura premium que diferencia os Citroën das outras francesas no país – leia-se Renault e Peugeot. Tudo isso mostra a importância no cenário mundial e nacional da nova geração do C3, apresentada na Europa no fim de 2009 e que deve estrear por aqui a partir do fim de 2012, já como produção local.

As linhas são da grife Jean Pierre Ploué, designer que criou o Renault Twingo e o C3 anterior e a quem a Citroën confiou a missão de conceber um novo DNA para a marca. Graças ao sucesso de suas crias na Europa (C4, Picasso, C6 e C5), Ploué acaba de se tornar o czar do design no grupo PSA, uma jogada para a Peugeot também sair do marasmo estilístico em que caiu e que a levou a ser superada pela Citroën.

No novo C3 podemos ver que Ploué fez um bom trabalho outra vez. Há traços mais trabalhados, tanto no perfil da carroceria como no sofisticado conjunto óptico e na vistosa grade. Diferentemente do atual, o novo design afasta-se do tradicional perfil de hatch e flerta com o estilo minivan. Por exemplo, há vincos que parecem ser do C4 Picasso (como a linha de cintura sinuosa), além do para-brisa prolongado até quase metade do teto, com benefícios em iluminação e visibilidade – 35 cm adicionais que explicam mais 80 graus de visão. O ar de monovolume continua nas colunas dianteiras, bem finas, como vemos no C3 Picasso. Há alguns espaços para a acomodação de pequenos objetos (como uma gaveta debaixo do banco do passageiro dianteiro), mas faltam os típicos apoios para copos e latas na parte frontal.

Novo C3 com jeitão de minivan 2

O painel é todo novo, evidenciando uma qualidade percebida bem superior, tanto na montagem como nos materiais, de toque duro, mas com plásticos de ótimo efeito visual e tátil. Vale lembrar que para modelo nacional os revestimentos e até o desenho de algumas peças podem mudar, para se adequar ao gosto local e baixar custos de produção, afinal por aqui o atual C3 já desfruta de uma boa imagem de acabamento.

Os instrumentos são formados por três mostradores, com conta-giros à esquerda, velocímetro e uma combinação de indicador de combustível e computador de bordo. Tudo integrado na faixa com efeito de metal polido que percorre o painel. Destaque para a melhoria de ergonomia dos comandos, como o dos vidros, que enfim está na porta, em vez de ao lado do câmbio. Os bancos são mais finos, para contribuir para o aumento do espaço, e o para-brisa panorâmico (chamado Zenith) dispõe de uma cortina para evitar exposição excessiva ao sol.

O novo hatch não se destaca em nenhuma das medidas internas – e é um dos mais estreitos de seu segmento na parte traseira. O porta-malas até que é razoável (300 litros), ainda que à custa do aperto para as pernas de quem vai atrás. Já a abertura que dá acesso à área de carga é bem alta (23 cm do chão ao assoalho), um inconveniente para colocar e tirar objetos pesados.

O modelo mantém-se fiel à filosofia de conforto de quase todos os Citroën. A escolha de um acerto que privilegia o conforto faz com que o carro francês disfarce mais os ressaltos do asfalto, mas pode-se esperar para a versão brasileira uma suspensão mais adequada aos rigores do nosso piso.

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O motor 1.6 VTi de 120 cv que dirigimos em Lisboa satisfaz os motoristas do segmento, pois responde bem especialmente acima de 3.000 rpm. Os 8,9 segundos de 0 a 100 km/h divulgados pela fábrica dão ideia de que se trata de um C3 com genes de GTi, mas a realidade não é bem essa quando sentimos as retomadas, mais preguiçosas. Isso fica mais evidente quando o ponteiro do conta-giros cai abaixo das 2.500 rpm. Uma boa solução seria um câmbio manual de seis relações, em vez do de cinco. Mas é importante lembrar que esse motor, com injeção direta, dificilmente seria usado no Brasil.

Na verdade, o modelo nacional ainda tem um bom caminho pela frente até ser produzido no país. Dependerá do C3 atual, que apesar da idade (estreou aqui em 2003) até que vai bem. Em junho foram vendidos 3.996 carros, à frente de Hyundai i30 (3.075) e Renault Logan (3.272). Se mantiver esse ritmo, tudo indica que a Citroën deve mantê-lo como versão de entrada, na faixa dos R$ 38 mil, e oferecer a nova geração numa categoria acima dos 48 000 reais. Ou seja, ele será mais uma arma para reforçar a imagem premium da mais sofisticada das marcas francesas.

Com Quatro Rodas

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