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Proprietários de autoescolas reclamam do rigor exagerado de examinadores

Proprietários de autoescolas reclamam do rigor exagerado de examinadores

Heli Andrade, Carlos Roberto Rosa, Márcio Araújo e Mauro Chaves - Foto: Jorge Mourão

Da Redação – Proprietários de autoescolas e o delegado Regional de Polícia Civil, Heli Andrade, estiveram reunidos com os vereadores no Fórum Comunitário desta segunda-feira (18) para encontrarem uma solução para a redução do índice de reprovação em exames práticos de habilitação em Araxá. Empresários e instrutores reclamaram do rigor exagerado de alguns examinadores e acusam maus tratos. O índice de aprovação na Banca Examinadora do município é em media de apenas 22%, a metade do registrado em Uberaba, onde o número de aprovados chega a 44%. O requerimento para a realização deste fórum foi de autoria do vereador Mateus Vaz de Resende (DEM).

O proprietário da Autoescola Araxá, Márcio Donizete de Araújo, diz que as estatísticas mostram a realidade. “Porque Araxá não consegue atingir o mesmo índice de Uberaba se a formação dos instrutores é praticamente a mesma? Os candidatos têm razão de reclamar e de exigir que seja avaliado por critérios pré-estabelecidos. O rigor de alguns examinadores de Araxá está extrapolando e isto não pode acontecer, pois é inadequado. Nós sambemos que as pessoas têm formação diferente, mas acreditamos que todos devem começar a avaliar os candidatos com base em um examinar que tem o critério mais adequado, como é o caso do examinador Mauro que está representou a categoria no Fórum Comunitário de hoje.”

De acordo com ele, a Banca Examinadora deve ter reuniões periódicas para visar um melhor atendimento ao candidato. “A pessoa paga pelo serviço e deve ser bem tratada. Nós não entendemos o rigor exagerado de alguns mesmo sabendo que as pessoas são diferentes, têm comportamentos diferentes, e que eles têm uma liberdade para avaliar. Mas, essa liberdade de ação precisa ser à base de normas pré-estabelecidas porque realizam um serviço público. Se vocês já escutaram que houve facilitação por parte de algum examinador, nós também já escutamos, mas nada nunca foi provado. Eu como profissional da área não posso acreditar em facilitação se não tem provas concretas, as pessoas podem estar falando uma inverdade”, destaca Márcio.

O examinador Mauro Silveira Chaves diz que as reivindicações das autoescolas serão analisadas. “Tudo que foi apontado aqui hoje vamos analisar e fazer tudo que for possível para melhorar o índice de aprovação. Temos que observar profundamente de quem é o maior erro nesses números que é considerado alto, mas aos olhos do Detran está próximo da média geral do Estado que é de 30% a 35%. O processo de obtenção da carteira é caro e talvez um dos maiores fatores para a reprovação é o despreparo do aluno combinado ao equilíbrio emocional da pessoa, pois o nervosismo leva ao erro. Mas, o que for de nossa competência vamos tentar modificar juntamente com as autoescolas para chegarmos a um procedimento padrão.”

Vereadores durante Fórum Comunitário com representantes da Banca Examinadora e de autoescolas de Araxá - Foto: Jorge Mourão

De acordo com Mauro, todos os examinadores da banca de Araxá são formados para aplicar os mesmo critérios. “A diferença pode ser na forma de dirigir o exame, mas isso vai do perfil de cada um, da personalidade de cada examinador. Na minha opinião não acredito que exista um rigor exagerado de algum examinador, pois temos que seguir normas para avaliação. Foi comentado no Fórum Comunitário que as pessoas reprovadas saem do exame falando que tem que pagar os instrutores para passarem, mas não tem fundamento algum”, diz.

“Antes de ser examinadores somos policiais civis, e não podemos omitir qualquer tipo de informação que indica um delito. Todas as questões referentes a corrupção adotamos critérios que trazem mais transparência na seleção dos examinadores para aplicar determinado exame, sendo assim ninguém sabe qual será o candidato avaliado. Tudo é feito por sorteio, com os envelopes com os nomes dos candidatos lacrados até o momento do exame.”

Segundo o delegado Heli Andrade, algumas medidas serão adotadas para tentar melhorar o índice de aprovação. “Existe um estado psicológico fora do normal de qualquer pessoa que estiver sendo submetido ao exame de habilitação. O exame de rua tem um índice de aprovação de 20% a 25% e o da Legislação é de até 80%. Isso deixa claro que não existe qualquer maldade ou perseguição do examinador, pois é ele que corrige as provas. O que temos notado é que devemos ter ações que deixem o candidato mais tranqüilo no momento do exame”, afirma

“Vamos conversar com os examinadores para que antes do processo de avaliação que converse com todos os alunos e tranquilize eles. O nosso índice antes da avaliação das balize com os cones era de 10% é hoje é de 25%. Acredito que vamos chegar ao índice normal do Estado que é de 35%, esse processo de transição aconteceu em outras localidades e em Araxá não é diferente”, acrescenta o delegado.

Heli diz que a responsabilidade pelas reprovações tem que ser dividida. “Uma parte é da exigência dos examinadores, outra dos instrutores das autoescolas e uma maior é dos candidatos devido ao estado psicológico dele. Temos que ser rigorosos para conceder uma carteira de habilitação porque temos número que comprovam que o grande perigo que é o trânsito. Em 2010, tivemos 21 mortes dentro da nossa regional, sendo oito homicídios e as 13 demais por acidente de trânsito. Em 2011, foram quatro mortes, uma por homicídio e três por acidente de trânsito”, alerta.

“Temos que diminuir esse número e o rigor para avaliação é importante. Não podemos ir por um caminho porque em determinada cidade é mais fácil tirar carteira, eles é que estão errados. Minas Gerais está certa de manter esse nível de exigência que existe hoje. O que podemos fazer é conversar e tranquilizar o candidato para diminuir o estado psicológico nervoso do aluno”, diz o delegado.

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