Categorias: Educação

Governo de Minas e professores divergem sobre valor do piso

Da Redação/Via ABr – Em Minas Gerais, a briga pelo cumprimento do piso nacional do magistério chegou à Justiça. O governo do Estado e o sindicato dos professores (Sind-UTE) divergem sobre o modelo de remuneração adotado na rede. Desde o ano passado, os profissionais recebem uma parcela única que incluiu gratificações ao vencimento-base.

O sindicato defende que o modelo, aprovado em lei estadual, contraria a Lei do Piso. Já a Secretaria de Estado de Educação alega que a transição para o formato de remuneração unificada levou em consideração o valor do piso nacional, calculado proporcionalmente à jornada dos professores do Estado, de 24 horas por semana.

A polêmica sobre o conceito de “piso” não ocorre apenas em Minas Gerais e começou ainda em 2008, quando a lei foi aprovada no Congresso Nacional. A legislação estabeleceu um valor mínimo que deve ser pago ao professor com formação de nível médio com jornada de 40 horas semanais, excluídos benefícios adicionais – atualmente em R$ 1.451.

Governadores questionaram esse dispositivo na Justiça, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou que o piso deve ser entendido como vencimento inicial e não remuneração total. Ou seja: gratificações e abonos não podem ser incorporados na conta para atingir o valor mínimo.

Em Minas, a lei aprovada em novembro do ano passado criou o chamado “modelo único de remuneração”, que reposicionou cada professor em uma nova tabela salarial.

De acordo com a secretaria, nesse modelo, a remuneração inicial da categoria hoje é R$ 1.122 por uma jornada de 24 horas semanais (para professores com formação de nível médio). Se a carga horária fosse de 40 horas semanais, a remuneração seria R$ 1.870 e, portanto, respeitando o valor mínimo nacional. O governo definiu os valores em uma tabela salarial progressiva que soma o piso nacional (proporcional à jornada do Estado) e os benefícios conquistados pelos profissionais ao longo da carreira.

Mas, de acordo com o Sind-UTE, a transposição para a nova tabela de remuneração não foi feita levando em conta o piso nacional, mas o vencimento-base pago até então pelo Estado que era R$ 369. Esse valor somado às gratificações totalizaria os R$ 1.122 divulgados pela secretaria, segundo a coordenadora-geral da entidade, Beatriz Cerqueira. Para ela, a criação do modelo unificado foi uma tentativa do Estado de burlar a lei federal, já que trabalha com o conceito de remuneração total e não de piso.

“O modelo de remuneração adotado em Minas Gerais é diferente da definição da lei e da decisão do STF. O valor do piso nacional não foi observado, eles criaram uma tabela fictícia com o valor de R$ 712 (valor do piso nacional na época, proporcional à jornada do Estado), mas nenhum professor no Estado inteiro recebeu esse valor. Foi apenas usada para a transição. Por isso estamos questionando o modelo na Justiça Estadual”, defende Beatriz.

De acordo com a secretaria, o valor do piso foi aplicado “em todos os níveis e graus, observando benefícios, vantagens e gratificações”. O governo do Estado argumenta que o modelo de remuneração unificada recebeu parecer favorável da Advocacia-Geral da União (AGU) e, portanto, é “inteiramente legal”.

Dos 209 mil cargos de professores ativos hoje na rede estadual, menos de 5% têm formação de nível médio e recebem a remuneração inicial de R$ 1.122. Atualmente, a rede só admite professores com nível superior e, nesse caso, o salário inicial é R$ 1.320.

“A decisão do governo de manter uma única sistemática de remuneração atendeu à necessidade de conferir maior transparência ao sistema, extinguindo a duplicidade de modelos de remuneração”, informa a secretaria em nota.

Matérias recentes

Com transmissão ao vivo, CiMTB Araxá começa nesta sexta (26) na pista da Copa do Mundo

Começa nesta sexta (26) a prova que é considerada a mais charmosa e tradicional do…

Entidades assistenciais recebem recursos que garantem direitos do público entre 18 e 59 anos em vulnerabilidade social

Cinco entidades assistenciais foram contempladas com recursos para custeio das atividades nesta quinta-feira (25). As…

Polícia Militar prende três pessoas por confusão envolvendo porte ilegal de arma de fogo

Na noite de ontem (24), durante patrulhamento pela rua Joaquim Alves Ferreira no bairro Urciano…

Prefeitura de Araxá realiza força-tarefa para facilitar o escoamento da produção agrícola

Com o objetivo de oferecer melhor trafegabilidade para moradores, fornecedores e produtores da zona rural,…

Prefeitura de Araxá e Acia iniciam discussão de projeto para iluminação de Natal 2024

Decorações e luzes para o Natal 2024. A Prefeitura de Araxá e a Associação Comercial,…

Novo sistema de manutenção de veículos públicos possibilita eficiência e economia para Araxá

A implementação de um novo sistema para solicitação de serviços de manutenção de veículos leves,…