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Inimigo público número 1

A Estação da Gameleira, uma das mais movimentadas paradas do metrô de Belo Horizonte, foi tomada por uma nuvem de gás tóxico na madrugada de quarta-feira. Dezenas de agentes especiais da Força Armada trabalhavam para socorrer as vítimas, enquanto que o esquadrão especializado em armas químicas, do Exército Brasileiro, agia energicamente na descontaminação do ambiente. Tratou-se de mais uma simulação de combate ao terrorismo na capital mineira, que, a partir de 3 agosto próximo, receberá dez partidas de futebol — masculino e feminino — pelas Olimpíadas 2016.

Rebatendo as mais recentes declarações do ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Morais, terrorismo é sim a maior preocupação do governo. Bem como é também o pior pesadelo das delegações de atletas, dos brasileiros e dos visitantes e de todos os envolvidos no que toca à realização dos Jogos Olímpicos no Brasil.

A carnificina em Nice, no Sul da França — o quarto atentado terrorista perpetrado contra aquele país no período de dois anos — levou ao Governo Federal repensar a questão da segurança. Terrorismo no Brasil não só é uma preocupação como também é uma iminente ameaça. Afinal, Munique, em 1972, e Atlanta, em 1996, foram palcos para atentados contra o símbolo máximo da união entre nações ocidentais — a Olimpíada.

Serão 85 mil agentes empenhados a detectar qualquer sinal de ameaça terrorista durante o mês de agosto — quando o Brasil passa a ser alvo da atenção do restante mundo. Não custa lembrar que, no momento do atentado em Nice, a França estava sob estado de alerta, medida imposta pelo governo desde o morticínio na boate Bataclan, em novembro de 2015. Visto que nenhuma medida de segurança é eficaz no impedimento de ações dos chamados “lobos solitários” — indivíduos que agem ao sabor da própria vontade de matar — o ato terrorista mais impiedoso tem correspondido àquele perpetrado por indivíduos do convívio das próprias vítimas.

A política externa brasileira é neutra; não tomamos lados e posições em quaisquer conflitos que não nos diz respeito. No entanto, considerando que, no pensamento fundamentalista, o inimigo são todos aqueles que contrariam os preceitos indeléveis do povo radical, o brasileiro, nestas Olimpíadas, é o inimigo público número 1 do Estado Islâmico.

Em tempo: No momento em que escrevo estas linhas, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, se pronuncia sobre a prisão de um grupo de brasileiros recrutados pelo Estado Islâmico, o qual já estava em preparatórios avançados para ações terroristas no país. E aí, ministro, em tempos olímpicos, terrorismo não é mesmo a nossa maior preocupação?

Por Guilherme Scarpellini

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