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À luz da educação

Em tempos de trevas, agarremos ao menor sinal de luz. Esse feixe, ainda que tímido, está na formação acadêmica da população. Isso porque, reconheçamos, temos atingido dados significativo no que tangem ao grau de escolaridade dos brasileiros ao longo da história da nossa jovem democracia. No início da década de 1990, ainda se recuperando dos anos de chumbo e sob grave crise econômica, o país conseguiu reduzir o número de crianças fora da escola de 6,2 milhões para 1,5 milhão, o que representava, à época, 22% das crianças brasileiras sem o acesso à educação. Em 2000, a proporção despencou para 5,5%. Na década seguinte, ainda com o aumento do número da população infantil, o índice caiu para 3,1%, correspondendo a 821 mil crianças fora da escola.

Vale ressaltar, contudo, que a maior parte do mérito da escalada do acesso à educação é do próprio brasileiro. Nunca se valorizou tanto a escolaridade como no século XXI em nosso país. É bem provável que os analfabetos de hoje tiveram pais nas mesmas condições. Mas os filhos desses descendentes de iletrados, certamente, serão escolarizados. Do mais humilde ao mais rico, entende-se que a educação é primordial para a vida digna do indivíduo. Não raro, deparamos com exemplos de brasileiros que trabalham, em jornada dobrada, com a exclusiva finalidade de garantir o acesso dos filhos à escola. A própria sociedade passou a primar pela educação em detrimento do trabalho precoce.

Nesse meio, às vezes, alguns tesouros perdidos são encontrados de modo a reacender a luz da esperança em nosso país. E com frequência, em Minas Gerais, encontramos bons exemplares deste tesouro. É o caso da pequenina Dores do Turvo, a 320 quilômetros de Belo Horizonte. A cidadezinha de 4.600 habitantes, que ocupa o 3.501º lugar no ranking do Índice do Desenvolvimento Humano Municipal, é eneacampeã nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática de Escolas Públicas. São 18 milhões de alunos de todo o Brasil envolvidos na competição, e a humilde (e única) escolinha de Dores do Turvo levou o primeiro lugar entre os anos de 2005 e 2013.

Outra boa notícia veio com a pesquisa realizada pelo Centro de Liderança Pública que apontou Araxá dentro dos 2,9% dos municípios brasileiros que obtiveram nota superior a 5,3 no Índice de Oportunidade de Educação Brasileira (IOEB)  — que avalia o índice de qualidade dos professores da rede pública e privada de educação.

Em meio a demasia de desgostos para desacreditarmos no Brasil, a educação abre uma janela que ilumina na escuridão. Talvez seja o caso de relegarmos à próxima geração a tão premente e necessária renovação. Ao contrário de nossa descendência, tais agentes transformadores deverão ser concebidos à luz da educação.

Por Guilherme Scarpellini

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