Categorias: Polícia

Mulheres são vítimas de 616 ocorrências em 274 dias

Duas mulheres foram agredidas em menos de seis horas em Araxá. Uma delas ficou ferida na tarde de ontem (16), após o marido embriagado bater nela com uma panela. A segunda foi agredida pelo marido não conformado com um processo de separação, ele queimou as roupas da mulher e lhe agrediu fisicamente. As vítimas fazem parte de uma estatística preocupante. De janeiro a setembro, a Polícia Militar (PM) registrou 167 ocorrências envolvendo mulheres vítimas de lesão corporal e 161 vítimas de agressão, nos últimos 274 dias, em Araxá.

As estatísticas apontam que o cônjuge é responsável por 175 dos casos seguido dos ex-companheiros/maridos. Ao todo, foram registradas 616 ocorrências tendo como vítimas mulheres em diversos critérios.

De acordo com o delegado responsável pela Delegacia da Mulher, Luiz Fernando, é muito importante que as mulheres agredidas ou ameaçadas denunciem os autores para que a PM faça a prisão em flagrante e a Polícia Civil inicie uma investigação criminal. Segundo ele, poucas mulheres comparecem à delegacia para prestar queixa.

A pena para agressão leve varia de 3 meses a 3 anos, caso de lesão grave varia de 1 a 5 anos de reclusão e gravíssima de 2 a 8 anos de reclusão.

Denúncias

As mulheres vítimas de ameaças ou agressões devem denunciar ligando para a Polícia Militar (190) ou Polícia Civil (197).

Como funciona a denúncia

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos ficam afastados do agressor.

Dependendo do tipo de crime, a mulher pode precisar ou não de um advogado para entrar com uma ação na Justiça. Se ela não tiver dinheiro, o Estado pode nomear um advogado ou advogada para defendê-la. Muitas vezes a mulher se arrepende e desiste de levar a ação adiante. Em alguns casos, a mulher pode ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. Para isso, ela deve procurar a Promotoria de Direitos Constitucionais e Reparação de Danos.

De onde vem a violência contra a mulher?

Ela acontece porque em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é a violência e que os homens são mais fortes e superiores às mulheres. É assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros homens acham que têm o direito de impor suas vontades às mulheres.

Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e ciúmes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a mulher, na raiz de tudo está a maneira como a sociedade dá mais valor ao papel masculino, o que por sua vez se reflete na forma de educar os meninos e as meninas. Enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física, a ação, a dominação e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as meninas são valorizadas pela beleza, delicadeza, sedução, submissão, dependência, sentimentalismo, passividade e o cuidado com os outros.

Por que muitas mulheres sofrem caladas?

Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e não peçam ajuda. Para elas é difícil dar um basta naquela situação. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor; outras acham que “foi só daquela vez” ou que, no fundo, são elas as culpadas pela violência; outras não falam nada por causa dos filhos, porque têm medo de apanhar ainda mais ou porque não querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado socialmente. E ainda tem também aquela idéia do “ruim com ele, pior sem ele”.

Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral, é para outra mulher da família, como a mãe ou irmã, ou então alguma amiga próxima, vizinha ou colega de trabalho. Já o número de mulheres que recorrem à polícia é ainda menor. Isso acontece principalmente no caso de ameaça com arma de fogo, depois de espancamentos com fraturas ou cortes e ameaças aos filhos.

Fonte: Portal Violência contra a Mulher

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