É sempre importante poder refletir sobre educação e saúde, e poder fazer isto aqui novamente é além de uma responsabilidade um grande prazer. Falamos anteriormente sobre inclusão e alguns processos fundamentais acerca deste tema, e mediante a isso é indispensável dissertar um pouco sobre a importância dos pais como agentes diretos do processo inclusivo e de desenvolvimento como um todo.
Os pais também precisam estar cientes de que a maneira como eles vão tratar seu filho irá repercutir no tratamento das outras pessoas para com a criança.
Conforme afirma Vygotsky (1999), a sociedade se encarrega de aumentar esse preconceito quando, ao invés de ver a criança enquanto sujeito com necessidades especiais, capaz de desenvolver-se de maneira diferente, consegue enxergar apenas a deficiência e o que ela não conseguirá fazer. Por isso, ressalta-se a importância de favorecer que a criança esteja, desde cedo, interagindo com outras pessoas, propiciando assim desenvolver-se, pois o meio ao qual a criança está inserida vai proporcionar-lhe também experiências que contribuirão para o seu desenvolvimento.
Embora conscientes das limitações que a criança com necessidades especiais poderá ter, as expectativas para que seu desenvolvimento ocorra de forma positiva e que ela possa ter um bom desempenho, também dependerá da forma como os pais irão lidar com esta criança e das experiências sociais favorecedoras, que podem ser denominadas “Estimulação Essencial”.
Nenhuma pessoa é igual à outra. A singularidade existente nas pessoas também está presente entre as crianças com necessidades especiais, por isso é necessário preparar-se para agir com a diferença.
Os pais precisam ter conhecimento sobre quais estímulos irão dar aos seus filhos, ou seja, que atividades proporcionar para favorecer o desenvolvimento da criança.
Desta forma, a possibilidade de oferecer um ambiente suficiente bom é um processo necessário e fundamental, porém os pais precisam estar cada vez mais conscientes, pois a transformação social, as novas configurações familiares precisam ser entendidas e levadas em conta neste processo. O que antes era apenas função da mãe em oferecer um ambiente considerado “bom” para criança já se torna completamente diferente nos dias de hoje.
A família como um todo, a escola, e tudo que a criança está envolvida serve de trampolim para seu crescimento biopsicosocial, mas se não for bem direcionado pode ser uma armadilha e fazer um efeito contrario e para isto não ocorrer os pais e cuidadores tem uma função importante, saber entender seu filho, saber de sua real necessidade e não apenas jogá-lo ao mundo, seja privando ou delegando sem entender sua responsabilidade neste processo.
Pais, os primeiros responsáveis são vocês, o desenvolvimento de uma criança especial é complexo e não se pode perder tempo, pois a primeira infância é uma fase determinante para a capacidade cognitiva e social e é quando o cérebro responde de maneira mais rápida e eficiente, e não aproveitar bem esta fase pode ser irreversível.
Por Thiago Melo e Cristiane Oliveira