Super banner

Usuários do transporte público reclamam do novo valor da passagem

Usuários do transporte público reclamam do novo valor da passagem

Usuários do transporte público reclamam do novo valor da passagem 1

Da Redação – Os usuários do transporte público coletivo urbano de Araxá reclamam do reajuste de 10,25% na passagem de ônibus feito no dia 29 de dezembro passado. O preço da tarifa subiu de R$ 1,95 para R$ 2,15, e a meia-passagem usada pelos estudantes aumentou de R$ 0,97 para R$ 1,07. O reajuste é o maior dos últimos três anos, quando o valor do acréscimo foi, em média, de 5%. O valor cobrado pela empresa concessionária do serviço, Vera Cruz, Transporte e Turismo, é a principal reclamação, mas não a única. A mudança de itinerários de algumas linhas de ônibus e o sistema de integração ainda continuam sendo alvos de questionamentos da população.

Para a estudante Michele Monteiro, o valor da passagem de ônibus está muito cara. “A gente paga R$ 2,15 para andar pouco mais de dois quilômetros dentro do ônibus. Do ponto que eu pego o ônibus até o Centro não gasta mais de um minuto e meio de coletivo. É um absurdo. O pior é que não tem nenhuma linha que passa perto da minha casa, eu tenho que andar quinze minutos a pé para chegar. Além disso, a Vera Cruz reduziu o percurso de algumas linhas do bairro Boa Vista depois desse sistema de integração e isso tem prejudicado muita gente”, diz.

A auxiliar de cozinha Carina do Carmo afirma que não compensa pagar a tarifa cobrada. “É muito cara. A gente nem anda direito dentro do ônibus e tem que pagar mais de R$ 2 pela passagem. Para piorar a situação, diariamente os ônibus atrasam e temos que ficar esperando, muitas vezes perdemos compromissos importantes. Eu acho que eles aumentam o valor da tarifa justamente no período de férias para a população não reclamar, porque é um absurdo”, reclama.

Para o auxiliar de cargas Rodolfo Chagas, a prefeitura e a Vera Cruz deveriam rever o reajuste feito. “Araxá não é uma cidade muito grande e não tem porque cobrar mais de R$ 2 por uma passagem de coletivo. A prefeitura tem que ter consciência que a maioria das pessoas que utiliza o transporte público em Araxá é pobre, não tem dinheiro para pagar duas, três, quatro passagens de ônibus diariamente. O doutor Jeová (prefeito) tem que resolver esse problema, está muito caro”, diz.

“Em Uberaba (R$ 2,40), Uberlândia (R$ 2,25, ainda será reajustado em 2011), o preço cobrado é um pouco maior, mas você fica mais de uma hora dentro do veículo. Em capitais, você pode ficar até três horas. Em Araxá, você paga um absurdo para ficar no máximo dez minutos e para fazer a integração de linhas é só uma hora”, acrescenta o auxiliar

Vera Cruz explica reajuste

O diretor Comercial da Vera Cruz, Wagner Tannús, diz que eventualmente a empresa e a administração municipal discutem o reajuste que será feito. “Para equilibrar as nossas despesas temos que fazer esse reajuste no mínimo anualmente, pois os nossos gastos também sofrem reajustes. O combustível aumenta constantemente, o preço de peças para realizar a manutenção dos veículos também sofrem aumento, os pneus, são diversos os fatores que influenciam para decidirmos o valor do acréscimo que será feito na tarifa”, afirma.

“Ao longo de 2010, por exemplo, tivemos reajuste no preço de combustível por mais de duas vezes e não teríamos condições de manter o valor da passagem por R$ 1,95”, acrescenta o diretor.

De acordo com ele, em 2008 e 2009 o reajuste nas passagens ficou abaixo do esperado pela empresa.

“Nos últimos dois anos, a tarifa teve um pequeno aumento, de apenas 5%. Por isso tivemos que aumentar um pouco essa porcentagem no fim de 2010 ou senão a empresa teria prejuízos. Para compensar o acréscimo que fizemos, estamos investindo na nossa frota. Atualmente, temos 26 veículos que realizam o trabalho de transporte coletivo, sendo seis deles adaptados. Os nossos carros são em média de cinco anos de uso, o tempo máximo que utilizamos um veículo para o transporte é de dez anos. Além disso, adquirimos cinco novos ônibus, todos adaptados para deficientes físicos, mas ainda não temos demanda”, destaca Wagner.

Notícias relacionadas