Seis meses após o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, ter ido às lágrimas ao lembrar os assassinatos em massa que marcaram o seu governo, outro enorme massacre passa por debaixo de suas pernas quando de saída — a pouco mais de seis meses para deixar a Casa Branca.
O atentado que matou ao menos 50 na madrugada desse domingo (12), na boate Pulse, em Orlando, foi o maior massacre a tiros na história do país; o pior atentado à nação desde o fatídico 11 de setembro de 2001.
Registrou-se ontem o símbolo do fracasso da política anti-terrorismo da era Obama.
Ele tentou, reconheçamos: anunciou recentemente uma série de medidas para tentar dificultar a compra de armas; enviou ao Congresso um pacote de projetos para limitar o porte de armas. Sofreu derrotas em tudo — para a maioria do Legislativo qualquer intromissão do Estado no que se refere ao direito ao armamento trata-se de violação à Constituição.
Mas, precisaria o indivíduo de uma arma de destruição para valer do seu direito constitucional de se defender?
A verdade é que há poder político e econômico por detrás do lobby das armas o qual desarma qualquer tentativa de contenção de um dos maiores mercados: o das amaras, o qual Barack Obama não conseguiu impor limites.
Com efeito, no território americano é mais fácil comprar uma metralhadora semi-automática a um analgésico sem prescrição.
Omar Saddiqui Mateen, 29 anos, cidadão norte-americano, investigado pelo FBI por duas vezes suspeito de possíveis ligações com o grupo terrorista Estado Islâmico. Um velho conhecido da inteligência do Estado. De posse de uma arma semi-automática, sozinho, matou 50.
Convenhamos, não dá pra falar que foi de surpresa.
Barack Obama falhou.
Por Guilherme Scarpellini