Kênia Cristina Soares Ferreira de Queiroz, de 37 anos, foi condenada a 19 anos (17 por homicídio triplamente qualificado e dois por destruição de cadáver) por matar o ex-marido Donizetti João de Queiroz, em abril de 2002, foi presa hoje (7), em Patos de Minas, pela Polícia Civil. Os policiais cumpriram um mandado de prisão expedido pelo juiz Renato Zouain Zupo.
Ela tem três filhas, uma maior e duas menores, e, de acordo com a acusação, o crime foi motivado para ficar com o seguro de vida do ex-marido, avaliado em R$ 200 mil na época.
Segundo o advogado assistente do Ministério Público Estadual na acusação, Robson Merola, a Polícia Civil já acompanhava os passos de Kênia há alguns dias e a prisão ocorreu sem dificuldades.
De acordo com a acusação, o crime foi realizado com a ajuda do ex-amante, Alexandre Lessa Ridolfi, que cumpriu pena pelo ocorrido, mas morreu em decorrência de um acidente de moto no ano passado.
Na época, eles surpreenderam Donizetti, que era funcionário da Caixa Econômica Federal, e deram golpes de faca e chave inglesa. Em seguida, eles ainda colocaram o bancário no porta-malas de seu carro e atearam fogo, na avenida José Ananias de Aguiar (Comboio).
Fim da novela
Desde a acusação, Kênia passou por três júris populares, o último em 25 de setembro de 2009, e só agora a novela que chocou Araxá teve um fim.
“Acreditamos que seja (o fim). Finalmente transitou em julgado a condenação após o terceiro julgamento dela. Não cabe mais recurso, se houver não terá efeito suspensivo e acreditamos que a sociedade araxaense viu justiça no caso concreto”, afirma Zupo.
Segundo o juiz, Kênia poderá cumprir a pena em Patos de Minas. “É direito de todo condenado cumprir a pena próximo de seus familiares, e pelo que me parece eles residem lá”, diz.
Ciente da prisão
“A Kênia já saiu do julgamento preparada para o dia do cumprimento do mandado de prisão. Entramos com um recurso de apelação somente para a redução de pena, acreditando que a pena base fixada no início foi um pouco acima do que deveria ter sido”, afirma o advogado de defesa, Fabiano Soares de Melo.
Segundo ele, não haverá mais recurso. “Um conselho que dei a ela é que cumprisse a pena e pagasse a sociedade o que ela deve. Ela cumpre o regime de um sexto anterior ao advento da lei de crimes hediondos, que hoje são dois quintos, então ela cumpre um sexto da pena e após isso ela segue a vida dela”, conta.
Com isso, Kênia, que já cumpriu entre seis e sete meses, ficará presa por cerca de dois anos e meio.