Abriu-se hoje (15) a sessão de impeachment na Câmara Federal. No decorrer da semana, portanto, as movimentações se pautaram no chamado fechamento de questão — tratativas e orientações das legendas sobre como os deputados deverão se comportar na decisão de domingo. Em síntese: a semana é — e está sendo — decisiva para o quadro político nacional.
Quando da análise da defesa na Comissão Especial do Impeachment, na segunda-feira (11), na Câmara dos Deputados, a derrota do Governo já era esperada entre governistas e oposição. O placar: 38 a 27 votos pela admissibilidade do processo.
Salvas as proporções, os votos contra Dilma somaram-se 58%, sendo que, para que o impeachment passe no Plenário da Câmara, serão necessários 66,7% — dois terços do total de 513 votos.
Houve bem-estar, ainda que fugaz, no Planalto Central.
O fôlego foi retomado com pesquisa do Datafolha, que dava conta de ligeira queda entre os brasileiros a favor do impeachment — 68%, em março; e 61% em abril.
O alento, do jeito que veio, foi.
Na quarta-feira, o PP, com seus 47 deputados, se posicionou majoritariamente à destituição da presidente. No mesmo dia, o infortúnio seria agravado com a notícia de que o PSD e PTB também retiraram o apoio ao governo. Dilma e Lula foram pegos de surpresa.
Passadas as reviravoltas da semana, o quadro que precede à votação de domingo aponta para 338 votos favoráveis ao impeachment (são necessários 342 para aprová-lo) e 123 contrários (são necessários 172 para barrá-lo). Ocorre que 52 parlamentares não anunciaram suas posições. O Planalto admite, ainda, haver “traidores” entre os que fecharam com a presidente.
Contudo, as expectativas para haver aprovação do impeachment na Câmara convergem entre cientistas políticos, jornalistas e, inclusive, entre palacianos.
No momento do fechamento desta coluna, parlamentares travam o debate que atravessa o final de semana e finda com a votação de domingo. O cenário não podia ser diferente senão de reveses para o Governo Dilma.
Se tudo ocorrer dentro do esperado, na próxima sexta-feira volto para comentar a ida do processo de impeachment para o Senado.
Por Guilherme Scarpellini