Com índices acima da média de outras não capitais do Brasil, se destacando nos aspectos ambiental, social, atrativos turísticos, e políticas públicas, 11 municípios selecionados pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur) como Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional receberam, nesta segunda-feira (23), os resultados da média Minas Gerais do Estudo de Competitividade, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Araxá foi representada no evento pela secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Parcerias, Alda Sandra Barbosa Marques, e pelo presidente da Associação do Circuito da Canastra, José Ramos Zago, além de prefeitos, secretários municipais e representantes das cidades de Sete Lagoas, Santana do Riacho, Poços de Caldas, São Lourenço, Maria da Fé, Capitólio, Juiz de Fora, Camanducaia, Caxambu e Caeté.
Durante a apresentação, a secretária de Estado de Turismo, Érica Drumond, afirmou que o Estudo de Competitividade é uma oportunidade única para o turismo mineiro e uma ferramenta de avaliação para que os prefeitos possam nortear suas políticas públicas e se prepararem para a recepção do turista nacional e internacional, principalmente durante a realização da Copa de 2014.
“O turista internacional quando se desloca para um grande evento fora de seu país de origem, aproveita a ocasião para conhecer destinos de lazer. Para atender essa demanda, Minas está trabalhando para ter um cardápio de ofertas com opções, que incluem Belo Horizonte – que será sede de jogos – e outros destinos bem estruturados e competitivos”, afirmou a secretária.
Destaque no estudo
As cidades mineiras tiveram maior desempenho nos aspectos ambiental, social e atrativos turísticos em relação às cidades não capital já analisadas pelo Ministério do Turismo em 2008.
No aspecto ambiental, foram avaliados estrutura e legislação municipal, distribuição de água e tratamento de esgoto, coleta e destinação de resíduos, entre outros. Este aspecto teve nota final de 65,7, enquanto a média das outras não capitais brasileiras foi de 55,1.
Acesso à educação, empregos gerados pelo turismo e cidadania foram os fatores avaliados pelo aspecto social, que obteve a média de 62,2. As outras não capitais brasileiras obtiveram 53,5 pontos nesta avaliação.
Já na avaliação dos atrativos turísticos, que abriga eventos programados, atrativos naturais e realizações técnico-científicas os 11 destinos indutores mineiros alcançaram o aproveitamento de 61,9 %, enquanto 58,9 das outras não capitais brasileiras.
Também acima da média nacional, o desempenho das cidades mineiras nos temas infraestrutura geral (59,8), políticas públicas (59,5) e cooperação regional (55,2) é animador. Os resultados das outras não capitais brasileiras nestes aspectos foram de 58,1; 46,9 e 49,2, respectivamente.
O professor da FGV, Luiz Gustavo Barbosa, afirmou que, do ponto de vista estatístico, é significante o resultado de Minas Gerais nos aspectos política pública e cooperação regional. “Minas Gerais, com a política de Circuitos Turísticos é um dos estados brasileiros que está mais organizado”, ressaltou.
Os municípios mineiros se destacaram em itens como apoio ao grau de cooperação público-privada, planejamento para o turismo na cidade, grau de cooperação entre governos.
“O resultado demonstra que a Política Pública de Regionalização do Turismo desenvolvida pela Setur está alinhada com os objetivos estabelecidos pelo Ministério do Turismo, e que estamos no caminho certo”, comemorou Érica Drumond.
Estudo de Competitividade
Entre os meses de maio e agosto deste ano, a FGV realizou um diagnóstico detalhado e avaliou o grau da competitividade turística dos 11 destinos mineiros para que, dentro dos princípios da sustentabilidade, os mesmos possam oferecer melhores produtos e serviços para o turista nacional e internacional.
Técnicos da instituição passaram cinco dias em cada um dos destinos, analisando mais de 600 tópicos, que avaliam os seguintes aspectos turísticos: infraestrutura geral, acesso, serviços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos, marketing, políticas públicas, cooperação regional, monitoramento, economia local, capacidade empresarial, aspectos sociais, aspectos ambientais e aspectos culturais.
Para Luiz Gustavo, agora começa o trabalho das cidades em melhorar as suas realidades e o Estudo de Competitividade tem a intenção de medir e influenciar políticas públicas.
“É crucial que os destinos turísticos desenvolvam continuamente suas capacidades e recursos. A partir dos resultados do Estudo, os municípios terão diretrizes para seu planejamento”, afirma o professor.
Destinos Indutores
A Política Nacional do Ministério do Turismo selecionou, em 2008, em todo o país 65 destinos turísticos com foco na recepção do turista internacional. Ouro Preto, Tiradentes, Diamantina, São João del-Rei e a capital Belo Horizonte foram os cinco destinos mineiros escolhidos pelo Ministério do Turismo. O objetivo é que estes destinos alcancem padrão de excelência na recepção do turista internacional e distribuam o fluxo turístico para outros municípios de seu entorno.
Seguindo a Política Nacional de Turismo, a Setur definiu os Destinos Indutores no Estado baseado em critérios de avaliação, tais como: fazer parte de uma Associação de Circuito Turístico, estar inserido no Projeto Estruturador Destinos Turísticos Estratégicos, representar um segmento turístico prioritário (bem-estar, rural, aventura, etc), ter produtos turísticos comercializados no mercado, ter operadores receptivos participantes do Programa Minas Recebe e possuir infraestrutura básica e turística, além de atrativos turísticos qualificados.
A intenção da Setur é aplicar este Estudo de Competitividade, anualmente, até 2013. Para tanto, será formado nos municípios um grupo Gestor que dará continuidade às ações para elevar a competitividade de cada Destino Indutor.