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Caminhoneiros reclamam de roubos de cargas no Alto Paranaíba

Caminhoneiros reclamam de roubos de cargas no Alto Paranaíba

Foto: ALMG

Caminhoneiros do Alto Paranaíba reclamaram dos constantes roubos de cargas na região, durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada em Patos de Minas (Alto Paranaíba) nesta segunda-feira (12/8/13). “A nossa luta é principalmente pela garantia da vida do motorista nas estradas”, afirmou a diretora regional do Serviço Social do Transporte (Sest/Senat), Glisia Pinto.

O presidente da Associação dos Transportadores Patenses, Reginaldo Nunes da Silva, fez questão de registrar que, em todo o Brasil, milhões de reais são perdidos todos os anos em razão de roubos de cargas. Mas, para ele, o pior é o cárcere privado dos profissionais, que ficam com a vida nas mãos de bandidos. Segundo ele, na Região Sudeste, os índices mais alarmantes desse tipo de crime são registrados entre Patos de Minas, Araxá, Uberlândia e Montes Claros. Entre as rodovias mais perigosas, estão as BRs 365, 040 e 050. Ele pediu empenho das autoridades na elaboração de políticas públicas que tenham eficácia para coibir o roubo e a receptação de cargas.

Polícias enfrentam dificuldades

O pequeno efetivo policial foi apontado como um dos principais obstáculos para o combate ao roubo de cargas. O chefe da 11º Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Sérgio Pereira Borges, disse que trabalha com estrutura bastante enxuta, com um efetivo de somente 22 profissionais, e acrescentou que é essencial aprofundar o trabalho de inteligência. “Precisamos saber para onde se levam o veículo e a carga, onde se comercializam mercadorias roubadas”, afirmou.

O contingente reduzido também foi lembrado pelo comandante da 10ª Região da Polícia Militar, tenente-coronel Elias Perpétuo. “Contamos com 70 homens para atender 23 municípios”, informou. A importância da parceria entre as polícias e do apoio do Judiciário também foram ressaltados pelo PM. Ele também se queixou da legislação branda e cheia de lacunas. O comandante chamou a atenção para a proximidade do Triângulo Mineiro com São Paulo. “As áreas fronteiriças daquele Estado com Uberlândia vêm se transformando num verdadeiro celeiro de quadrilhas especializadas em roubos a ônibus e caminhões”, alertou.

Para evitar esse tipo de ocorrência, uma alternativa foi apresentada pelo chefe do 10º Departamento de Polícia Civil, delegado Antônio Carlos Alvarenga. Ele sugeriu que se proponha, como emenda ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), a criação de instrumento estadual de aferição nas divisas de Minas, nos mesmos moldes do Sistema Integrado Nacional de Identificação de Veículos em Movimento, implantado em regiões fronteiriças do Brasil com outros países. Ele propôs ainda um Centro Integrado de Atendimento e Despacho para monitorar veículos roubados.

Autoridades defendem união de esforços

“Os caminhoneiros vivem um momento de ansiedade, de medo”, afirmou o deputado Hely Tarqüínio (PV), que solicitou o debate. Na avaliação do parlamentar, para mudar esse cenário é essencial um trabalho conjunto, inclusive unindo casas legislativas de outros Estados, a fim de levar uma proposta ao Congresso Nacional. “Precisamos dar as mãos, unir todos os segmentos aqui presentes, a fim de levantar dados para que a Assembleia possa se debruçar sobre o assunto e buscar parcerias com outros parlamentos, na busca de uma proposta para acabar de vez com esse mal”, defendeu.

Esse posicionamento foi corroborado pelo presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB). Ele propôs ainda a apresentação de emendas ao PPAG, com a participação da Associação dos Transportadores Patenses, visando a coibir o roubo de cargas. O deputado Cabo Júlio (PMDB) aproveitou para propor que cada uma das 15 regiões da Polícia Militar passe a ter equipamentos de scanner para monitorar os caminhões, a exemplo do que já faz a Polícia Federal.

O deputado federal José Humberto Soares (PHS-MG) concordou com a necessidade dessa união de esforços pela segurança pública. “Esta foi uma das principais motivações das recentes manifestações que ocorreram no País”, alertou. Para o diretor do Foro da Comarca de Patos de Minas, juiz Vinicius de Avila Leite, é essencial investir em ações preventivas. A questão da receptação das mercadorias roubadas e o fato de as punições para tais crimes serem muito brandas também foram lembradas.

O prefeito de Patos de Minas, Pedro Lucas Rodrigues, disse que este debate vem mostrar a importância de se pensar uma nova legislação sobre o assunto. “É bom termos aqui a presença de parlamentares municipais, estaduais e de um federal, para que nos ajudem em suas respectivas casas legislativas, trabalhando por leis que realmente deem segurança ao segmento”, ressaltou. Suas palavras foram endossadas pelo presidente da Câmara Municipal, Otaviano Marques de Amorim.

Fonte: Assembleia de Minas

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