A CBMM, empresa brasileira líder mundial na produção e comercialização de produtos de Nióbio, realizou na noite dessa terça-feira (22/10) a cerimônia de premiação da sexta edição do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia. O evento, que contou com a apresentação do Grupo Metais & Percussão da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, ocorreu na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte. Os dois vencedores, escolhidos entre 2.448 inscritos em 2024 – número recorde, foram homenageados pelo legado e contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico em suas áreas de atuação.
O professor doutor da UFMG, Marcos Pimenta, venceu na categoria Ciência com o trabalho desenvolvido na criação e coordenação do Laboratório Raman, dedicado a encontrar respostas sobre materiais que estão transformando a computação. O doutor em medicina, Marcelo Amato, foi o vencedor na categoria Tecnologia, com sua dedicação a descobrir e aprimorar instrumentos e monitores à beira-leito, com o objetivo de reduzir a mortalidade em pacientes intubados e aperfeiçoar o trabalho nas Unidades de Tratamento Intensivo.
Durante a cerimônia, Ricardo Lima, CEO da CBMM, destacou o caráter coletivo do desenvolvimento científico e tecnológico e sua importância para a geração de valor e melhorias na vida das pessoas e da sociedade. “Estimular e promover a pesquisa brasileira é essencial para ampliarmos o papel do país como um agente de mudança, seja em escala nacional ou mundial. As abordagens criativas e inteligentes que os vencedores desta noite encontraram para enfrentar desafios e desenvolver soluções inovadoras reforçam nossa confiança no poder transformador da ciência e da tecnologia”, afirmou.
Consolidado como uma das mais importantes premiações do país, o prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia valoriza e reconhece profissionais que, por meio de pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos, impactam o Brasil e o mundo. Em suas edições anteriores já premiou iniciativas inovadoras nas áreas de matemática, farmacologia, medicina, telecomunicações e inteligência artificial.
Sobre os vencedores
Marcos Pimenta, vencedor na categoria Ciências, é graduado e mestre em Física pela UFMG, com doutorado pela Université d’Orléans, na França, e pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT). É criador do Laboratório de Espectroscopia Raman, na UFMG, um espaço dedicado a encontrar respostas sobre materiais que estão transformando a eletrônica e a computação.
Junto a colegas de outras áreas, Marcos se dedicou ainda à escrita da coleção de livros “Energia, Matéria e Vida”, que traduz o conhecimento científico para alunos do ensino médio, tornando o assunto mais palatável, acessível e incentivando a descoberta da ciência pelos jovens.
Lembrando de todos que o acompanharam nessa trajetória, Marcos Pimenta prestou homenagem a todos os professores da educação básica do Brasil, afirmando que são os profissionais com os piores salários do país. “Sonho com o dia em que os professores terão seus trabalhos devidamente reconhecidos, como ocorre nos países mais desenvolvidos, onde nossa profissão é respeitada por ser o alicerce da sociedade”, disse Marcos, agradecendo à comissão julgadora do Prêmio pela indicação, destacando o alto nível dos demais indicados.
Marcelo Amato, vencedor na categoria Tecnologia, é doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo e atual chefe da UTI-Respiratória do INCOR-Hospital das Clínicas. Seus estudos foram dedicados a descobrir e aprimorar instrumentos e monitores à beira leito, com o objetivo de reduzir a mortalidade em pacientes intubados e aperfeiçoar o trabalho nas Unidades de Tratamento Intensivo.
De 1995 a 2005, uma série de trabalhos publicados por ele e seus colegas de laboratório mudaram o paradigma da ventilação mecânica ao redor do mundo, demonstrando que a estratégia utilizada entre os anos 70 e 90 causava inflamação oculta do tecido pulmonar, duplicando a mortalidade dos pacientes.
Diante desse cenário, ele desenvolveu a Tomografia por Impedância Elétrica, uma tecnologia que permite uma ventilação pulmonar mais protetora, não-invasiva e isenta de radiação ionizante.
O equipamento foi inteiramente desenvolvido no Brasil e já é exportado para 28 países, com aprovação do FDA (Food and Drug Administration), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
“Espero demais que este tomógrafo possa ajudar a avançar nosso conhecimento e ainda mitigar o sofrimento de vários pacientes. Para isso, continuarei precisando do trabalho em equipe e de instituições fantásticas como essa, disse Marcelo Amato. O vencedor da categoria Tecnologia completou: “A época ruidosa que estamos vivendo requer atitudes mais extremas. A verdade não é mais suficiente. Sempre é possível e é importante gastar energia em projetos e organizações que maximizam a chance de a verdade prevalecer”.
Sobre o Prêmio CBMM
Criado em 2019, com o objetivo de reconhecer o legado de profissionais que contribuem significativamente para o desenvolvimento do Brasil, o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia oferece 500 mil reais a dois vencedores. Para concorrer, os pesquisadores se inscrevem voluntariamente ou são indicados por instituições, empresas e profissionais renomados nas áreas de Ciência e Tecnologia. Uma comissão julgadora totalmente independente, constituída por renomados profissionais e representantes da academia, avalia as iniciativas e seleciona os vencedores. As seis edições do Prêmio somam mais de 4.200 inscritos de todo o país.
Mais informações em: PremioCBMM.com.br