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José Domingos critica vereadores que não têm posição definida

José Domingos critica vereadores que não têm posição definida

Da Redação/Jorge Mourão – A prorrogação do mandato de Carlos Roberto Rosa (PP) por mais um ano na presidência da Câmara Municipal de Araxá (até dezembro de 2011) tem gerado várias críticas do vereador José Domingos Vaz (PDT), que pleiteava uma vaga na principal cadeira da Casa, aos colegas do Legislativo, e foi o principal assunto discutido por ele na tribuna durante a reunião ordinária desta terça-feira (9).

Apesar de garantir que não existe qualquer mágoa com nenhum vereador, o principal opositor ao projeto de emenda (prorrogação) à Lei Orgânica do Município – apresentado pelo líder do governo, Márcio de Paula (PR), e aprovado na semana passada por 7 votos favoráveis – diz que os vereadores devem ter posição definida. De acordo com ele, político tem que ter lado.

“A vereadora Lídia Jordão (PP) e o Marco Antonio Rios (PSDB) têm uma postura definida, são oposição e nós admiramos isso. E nós três, Garrado (PR), Pezão (PMDB) e eu, somos da situação, sempre representando a comunidade dentro de uma posição que escolhemos”, afirma José Domingos.

Segundo ele, a posição do vereador governista Márcio de Paula em propor uma emenda contra o interesse do Executivo é algo inexplicável. “A gente não sabe o que vem atrás dessa postura porque o irmão dele (o deputado federal Aracely de Paula) foi reeleito recentemente e ele mesmo foi quem segurou o projeto da Lei Orgânica e do Regimento Interno que discutia a reeleição e algumas mudanças que prejudicava em parte os interesses do Executivo”, diz.

“Agora precisamos repensar qual é o posicionamento de alguns vereadores que ainda não têm uma postura bem definida. Tivemos companheiro que tinha a pretensão de ser presidente da Casa e votou na prorrogação do mandato da Mesa Diretora (falando sobre o vereador José Maria Lemos Júnior, o Juninho, do DEM)”, acrescenta.

José Domingos ressalta que um dos fatos que mais lhe entristeceu foi o vereador Roberto não teria cumprido com um compromisso firmado em 2008 com o Executivo, acordo este negado pelo presidente em entrevista à imprensa na semana passada. “Nós tínhamos um acordo firmado. O Roberto seria o presidente da Câmara nos dois primeiros anos da atual Legislatura e eu o governante da Casa nos anos seguintes, mas o presidente não cumpriu o compromisso que tinha com o prefeito e o vice. A forma que a emenda foi colocada em votação, sem tramitação, terminada a hora do dia, nos deixou sem qualquer defesa”, diz.

“Nós lutamos muito para que o mandato não fosse prorrogado, tínhamos três votos seguros (José Domingos, Pezão e Garrado) e faltou apenas o Executivo arrumar o voto dele. Não sabemos porque isso aconteceu, mas é uma derrota dentro de uma democracia e não vamos ficar revoltado com isso”, afirma.

Apesar das críticas, o vereador explica que não vai haver qualquer mudança no relacionamento com os vereadores. “Da minha parte não vai haver qualquer alteração profissional. Não é o momento de levarmos uma discussão de plenário para fora da Câmara. A gente sabe que cada um tem interesse próprio, mas a nossa missão é trabalhar em prol da comunidade, um trabalho para o povo. O momento em que tentamos passar o celular para a vereadora Edna (PSDB) não foi uma tentativa de mudar o vota dela. Foi a secretária do Gabinete do prefeito que queria falar com ela, nem o prefeito era, como foi divulgado”, diz.

“A única coisa que eu não gostei de verdade foi de terem tomado o celular da minha mão e jogado em cima da mesa e falar da família (criticando a atitude de Roberto na reunião passada). Eu não concordo, sou pai de quatro meninas, prezo minha família e falar que eu tenho parentes empregados no município não é verdade”, acrescenta.

José Domingos diz que outra questão que foi levantada no plenário e não faz sentido é o questionamento dos seus votos a favor do Executivo. “Eu fui eleito para isso, eu tenho uma postura definida dentro da Câmara e esta posição é em favor do prefeito, pois considero que também são interesses da comunidade. Apesar de todas essas questões, não existe qualquer mágoa, foi uma questão de plenário em que ganhei muita experiência e conheci um pouco mais as pessoas”, afirma o vereador.

Juninho e Márcio de Paula comentam as críticas de José DomingosJuninho pleiteou a vaga de presidente ao lançar o seu nome oficialmente há quatro meses, mas devido à prorrogação do mandato da atual Mesa Diretora a sua candidatura foi automaticamente retirada. “Eu acho que nem mesmo ele (José Domingos) lançou a sua candidatura. Eu seria candidato à presidência até o final, mas a proposta (emenda) da prorrogação foi um caso novo que aconteceu, o presidente (Roberto) conduziu muito bem o processo durante esses dois anos, e por outro ele começou (as obras) a nova Câmara e você plantar uma árvore para outra pessoa colher os frutos é muito ruim” afirma.

“A gente tem que fazer bem não só para a gente, e sim para toda a Câmara Municipal. Eu acho que o conjunto da obra que é o importante, não é só um vereador. Corremos o risco até de ter perdido uma cadeira para deputado estadual porque várias pessoas só olharam para o seu próprio umbigo. Mas nós vimos uma maneira diferente de jogar e tiramos a nossa candidatura pelo conjunto da obra. Cabe a mim retirar ou não. Não é mérito dele (José Domingos),é mérito meu. O presidente tem mais um ano para terminar e equipar a (nova) Câmara Municipal e nós louvamos esse trabalho, acrescenta Juninho.

Em relação às críticas recebidas, Márcio de Paula diz: “É interessante. A coisa mais bonita que a pessoa pode fazer na vida é um desabafo, e, ás vezes, nesse momento a própria mente da pessoa cria determinadas imagens que depois ela mesmo revê. O José Domingos é um cara muito bom, prestativo, muito humano, muito alegre, agora o que foi feito (apresentação da emenda) foi o melhor para a Câmara, foi o melhor para a cidade e não perdemos em vista hora nenhuma”, afirma.

“Foi, talvez, a decisão mais pensada que eu tive na minha vida, evidentemente depois do meu casamento. Eu levei pelo menos seis meses estudando um ponto do qual a reeleição (de Roberto) não haveria. Agora a prorrogação foi a justiça que se fez a um dos maiores presidentes que esta Casa já teve. É claro que quando uma pessoa faz uma construção dessa (nova Câmara), é natural que ela seja respeitada pelo seu sonho, respeitada pelos seus objetivos, e a única maneira de fazer isso é deixar com que termine o começado”, acrescenta.

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