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Roberto critica atitudes do prefeito, mas diz que vai continuar na busca pelo consenso

Roberto critica atitudes do prefeito, mas diz que vai continuar na busca pelo consenso

Carlos Roberto Rosa, presidente da Câmara Municipal de Araxá - Foto: Jorge Mourão

Da Redação/Jorge Mourão – Mesmo com as declarações do prefeito Jeová Moreira da Costa, que fez represália à Câmara Municipal pela não votação e aprovação do projeto de suplementação orçamentária de 12,5% (R$ 20 milhões) que seriam utilizados para conseguir inaugurar a revitalização da avenida Antônio Carlos e da Cidade Administrativa no fim do ano, o vereador-presidente da Casa, Carlos Roberto Rosa afirma que vai continuar em busca do consenso para conseguir resolver o impasse.

No entanto, ele não poupa críticas quanto às atitudes e planejamento de gestão do prefeito. Disse ainda que caso o prefeito queira mesmo entregar a “chave da prefeitura” por achar que não tem mais condições, a cidade tem vice-prefeito para continuar o trabalho.

“Tivemos uma recente conversa em Araxá com o presidente do Tribunal de Contas do Estado e um dos focos foi justamente o planejamento, e foi isso que faltou para essas duas principais obras. Fiquei surpreso com toda essa situação porque a Câmara é uma grande parceira do município. Nesses dois anos e oito meses o prefeito não teve nenhum projeto rejeitado na Casa, todos foram aprovados. Os que não foram aprovados impediram um grande desgaste do prefeito. A Câmara é uma parceira significativa do município de Araxá”, afirma Roberto.

Segundo o presidente, somente este ano a Câmara já concedeu 31% de suplementação (pouco mais de R$ 30 milhões). “Eu preciso destacar que todos os prefeitos anteriores sempre trabalharam com 25% de suplementação, o nosso atual está com 31% e quer mais 12,5%, só que esses 12,5% ele quer livre, trabalhar dentro do Orçamento da maneira que ele bem entender, o chamado cheque em branco, e a Câmara se nega a dar isso”, contesta.

“Nós somos parceiros e queremos votar o projeto desde que ele discrimine no que esse dinheiro será utilizado. Não existem impedimentos, os companheiros têm o bom senso, têm a parceria, inclusive ficou combinado dele pegar 2,5% para gastar da maneira que ele quisesse; parece pouco, mas não é. São R$ 4 milhões, mais outros 5% dariam R$ 12 milhões, ou seja, R$ 16 milhões para ele gastar. O papel da Câmara Municipal é fiscalizar e estamos procurarando exercer isso da melhor maneira. Essas divergências têm que ficar abaixo porque o município está muito acima disso, Araxá é uma cidade muito boa, com um Orçamento espetacular, e não pode ser apenas um surto de uma hora para outra atrapalhar tudo”, acrescenta Roberto.

Ele afirma que a atitude do prefeito em fechar a prefeitura nesta quinta-feira (1°) – somente os serviços básicos foram disponibilizados – é uma falta de sensibilidade com a população. Além disso, ser achar que está impossibilitado de trabalhar e quiser entregar mesmo a “chave da prefeitura”, a cidade tem um vice-prefeito para continuar as ações.

“Primeiro que com esse fechamento da prefeitura ele corre o risco de ser cassado, o próprio Ministério Público pode pedir o afastamento dele, e nós temos um vice-prefeito. Se por acaso ele entender que não dá mais para trabalhar, que não tem mais condições, entrega a chave para o vice-prefeito (Miguel Alves Ferreira Jr.) e vamos continuar. O importante é a cidade de Araxá e não a pessoa que está no Poder Executivo ou no Poder Legislativo. A cidade continua e nós somos passageiros. Se ele não suporta essas conversas, essas negociações, entregue a chave ao vice-prefeito; ele foi eleito para isso.”

Para Roberto, está claro que o prefeito não vai conseguir cumprir as obras da revitalização central e da Cidade Administrativo até o dia 19 de dezembro (aniversário da cidade). “E culpar a Câmara é uma maneira que pode ter sido encontrada para justificar esse atraso. Todo mundo sabe que essas obras não vão sair. Não é a Câmara que sabe, é a população de Araxá que sabe que essas obras não foram planejadas, não foram executadas; estamos em setembro e as chuvas vão começar. Fez muito barulho, não vai dar conta de cumprir os compromissos e está querendo sair de vítima. Afinal de contas são R$ 160 milhões, são mais de 100 mil vidas na mão de uma só pessoa, eu acredito que o doutor Jeová deve ter essa responsabilidade, esse zelo, e vai refletir de maneira séria”, afirma o presidente.

Em relação à tramitação dos 12,5% de suplementação na Casa, diz: “Eu sou uma pessoa que constantemente busca o consenso e vou tentar continuando achar uma solução para isso. Existe uma proposta do Executivo de 12,5% liberado geral, e a Câmara está propondo 2,5% mais 5%, que seria apresentada na terça passada, que não foi concordado pelo prefeito. Mas vamos continuar conversando, o Legislativo é isso. É preciso destacar que Araxá tem bastante dinheiro, mas tem que aplicá-lo de um jeito certo; não é simplesmente pegar uma rubrica e jogar em outra e depois tem que suprir essa deficiência.”

Já sobre os R$ 300 mil mensais que estariam sobrando do repasse à Câmara, segundo foi apontado por Jeová na coletiva, Roberto afirma que a verba vem sendo muito bem aplicada.

“Nesses dois anos e meio do meu mandato na presidência fizemos uma Câmara nova com R$ 1,8 milhão em recursos próprios, com 1,5 mil m², área verde e urbanizada, tivemos a participação de uma empresa mineradora (CBMM) que nos auxiliou com R$ 400 mil, ele tentou ficar com esse dinheiro, entrou na Justiça, inclusive lamentamos esse posicionamento. Teve outros R$ 85 mil que foram doados pela Caixa Econômica Federal e que o município não repassou à Câmara, mas isso é outra fase, já passou. Aliás esse surto temporário tem que passar, tem que tocar a vida”, diz.

“O dinheiro da Câmara está sendo muito bem investido, criamos o nosso Portal da Transparência e está tudo lá para quem quiser ver. Ele passar os 7% (do Orçamento) não é favor, é obrigação; o cidadão que cumpre a lei não faz favor para ninguém. Inclusive ele tem que repassar 7%, não é nem a mais ou abaixo disso, e não até 7% como foi dito”, acrescenta Roberto.

Ainda na coletiva, Jeová afirmou que já havia especificado aos vereadores claramente que os R$ 20 milhões seriam gastos na continuidade das obras e outros compromissos do município, mas, segundo Roberto, essa conversa só aconteceu com a bancada da situação.

“Os vereadores da oposição não se reúnem com o prefeito, daí que surge a busca da conversa, de tentar negociar. Agora o dinheiro é público, não é só de conversa, é de papel, tem que estar escrito. O gestor tem que prestar contas ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público; não funciona falar que preciso de R$ 20 milhões e depois a gente conversa. O gestor tem a responsabilidade de colocar esses gastos no papel e passar para a Câmara; não se combina R$ 20 milhões de boca.”

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