O araxaense João Paulo Gomes Orlandi, 19 anos, embarca para a Rússia no próximo dia 10 para cursar Medicina.Ele e mais um grupo de universitário brasileiros vão estudar na Universidade Médica Estatal de Kursk. O curso está entre os 10 melhores daquele país.
João Paulo diz que para conseguir uma vaga no Brasil é difícil e por isso topou o desafio de buscar o tão sonhado curso de Medicina na Europa. Ele iniciou o curso de Psicologia, mas acabou desistindo para ir estudar no exterior. “Sempre pensava em fazer medicina, mas não considerava, já que no Brasil é complicado. Eu gosto muito de estudar as pessoas e tenho vontade de me especializar em psiquiatria”, conta.
João Paulo já morou nos Estados Unidos por nove meses e a experiência positiva o deixou com mais vontade de estudar no exterior. Após pesquisar bastante, acabou encontrando a Rússia, que chamou sua atenção por ser um diferencial em comparação com outros destinos mais procurados.
O apoio dos pais neste momento de mudança é muito importante, mas o estudante precisou convencê-los de que seria uma boa ideia. Ele conta que seu pai quis conversar, saber o preço e ter uma segurança. Já sua mãe, não gostou muito da ideia no início, mas já aceitou.
Embora não tenha conhecimento do idioma russo, o jovem já está se preparando. Em Araxá não há cursos, mas ele diz que está utilizando alguns aplicativos para conhecer a língua, que pretende aprender quando começar a graduação.
João Paulo está com boas expectativas em relação ao curso. “Eu acho que vai ser difícil no começo, mas nada que não espero. Estou bem focado em ficar lá e não vou voltar sem terminar o curso”.
Baixo custo
Mesmo com a alta do dólar, cursar Medicina na Rússia ainda é considerado um ótimo investimento. Isso porque o governo russo subsidia os alunos estrangeiros que vão para o país estudar, o que diminui consideravelmente o custo do curso. O semestre lá sai por aproximadamente US$ 3.100, incluindo hospedagem e seguro médico.
Estudo reconhecido
A Aliança Russa é representante oficial das principais universidades russas no Brasil desde 2005. Seu trabalho consiste na seleção dos candidatos, no processo de orientação da faculdade, no recolhimento da documentação necessária para permanência legal do estudante na Rússia, na obtenção da vaga, inscrição na universidade e na assessoria durante a viagem até a chegada ao local de destino.
Ao voltar para o Brasil, o estudante submete o diploma adquirido ao processo de reconhecimento em uma universidade brasileira, um procedimento padrão para qualquer estudante que faça graduação em centros de ensino estrangeiros.
Em 2015, 80% dos formandos passaram de primeira no Revalida, principal sistema de revalidação para os cursos de medicina. Desde 2010, o chamado Diploma Único de Estudos Superiores da Europa, do qual a Rússia faz parte, passou a valer conforme o Tratado de Bolonha. Seu objetivo é facilitar a mobilidade dos estudantes e profissionais do ensino superior da Europa.
Esse indice de aprovacao no revalida não está correto. Menos de 10% dos candidatos sao aprovados.