Ampliar o olhar para a construção dos espetáculos, trocar ideias e experimentos, aprender sem limites de ousar. Esses foram os objetivos do Workshop do TIM ArtEducAção, que levou cerca de 70 profissionais das 13 cidades atendidas pelo programa a participarem das oficinas de cenografia digital, maquiagem, iluminação, figurino, cenografia e adereçaria. O encontro aconteceu entre os dias 21 e 22 de novembro no Centro de Produção Técnica da Fundação Clóvis Salgado, na Vila Marzagão, em Sabará (MG). Para os articuladores e arteducadores do TIM ArtEducAção, foi uma excelente oportunidade de aprendizado e de reciclagem das habilidades artísticas.
Durante a formação, respeitados profissionais em suas respectivas áreas de atuação, como a cenógrafa e artista plástica Myriam Menezes, a maquiadora, Regina Mahia, o figurinista e cenógrafo, William Rausch, o artista técnico, Wladimir Medeiros, a diretora de arte e cenografista, Bruna Christófaro, e o designer gráfico, Fabiano Fonseca, capacitaram os arteducadores por meio das oficinas de adereçaria, maquiagem, figurino, iluminação, cenografia e cenografia digital. Participaram do workshop integrantes do programa das áreas de dança, circo, capoeira, teatro, percussão, contação de histórias, literatura e arte digital, artes plásticas das cidades de Araxá, Barbacena, Belo Horizonte, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Poços de Caldas, Ponte Nova, Ubá, Uberaba, Uberlândia, Varginha e Viçosa.
A Ópera Aída foi o tema escolhido para as atividades dessa edição do workshop do TIM ArtEducAção. Dentro deste tema, os arteducadores retrataram, com o auxílio dos profissionais, por meio de encenação, a história de vida da escrava Aída. O resultado final dos trabalhos foi apresentado no último dia do workshop, durante uma encenação. Os personagens se vestiram com roupas criadas durante a oficina de figurino e os adereços confeccionados na oficina de adereçaria complementaram o visual. Os recursos de maquiagem aprendidos nas oficinas foram fundamentais para caracterização típica dos personagens egípcios e etíopes. No palco, o cenário foi elaborado pelos participantes da oficina de cenografia, com auxílio dos que participaram da oficina de arte digital e dos conhecimentos adquiridos na oficina de luz e iluminação, resultados que fizeram diferença.
O idealizador do TIM ArtEducAção, Marcelo Soares de Andrade, destacou o caráter colaborativo e complementar das oficinas. “O workshop promove a interdisciplinaridade entre as áreas de atuação e uma interlocução da arte com a educação, se tornando fundamental para a capacitação e promoção do movimento artístico realizado pelos arteducadores nas cidades que integram o programa. Esperamos que continuem motivados a ensinar e a abrilhantar ainda mais os trabalhos desenvolvidos, afinal ensinar por meio da arte é fundamental”, garante.
A diretora de arte e cenógrafa, Bruna Christófaro, ministrou o curso de direção de arte e cenografia. Os participantes fizeram uma criação cênica para apresentar um ato da Ópera Aída. Para ela, que ministrou pela terceira vez uma oficina do workshop, “esse conhecimento é fundamental para a compreensão da estética do espetáculo, em conjunto com as demais técnicas ensinadas pelas oficinas de Maquiagem, Figurino, Luz e Iluminação”. Maicon Martins, arteducador da oficina de Teatro em Governador Valadares, participou pela primeira vez do workshop de cenografia e vai levar o aprendizado sobre a montagem do cenário e do espaço para os espetáculos e apresentações de sua cidade. “Sempre fiquei encantado com os resultados obtidos durante as oficinas, por isso pretendo voltar sempre. Além de conhecer pessoas, temos a oportunidade de ampliar a troca de experiências e assim levar mais conhecimento”, comemora.
A cenógrafa e figurinista Myriam Menezes, professora da oficina de adereçaria, explicou que os adereços são responsáveis por complementar o figurino e caracterizar os personagens. “Toda edição do workshop nos propõem um novo desafio e esse é especial, pois retratamos a exuberante riqueza do Egito. Nossas atividades práticas foram em cima da montagem dos personagens que encenaram a escrava Aída, o guerreiro Radamés e a filha do faraó Amneris”, informa. Ângela Maria de Trindade, arteducadora da oficina de Artes Plásticas em Araxá, participou pela terceira vez do curso de adereçaria e disse que o conhecimento aprendido sempre é novo e será levado para complementar a construção de cenários e figurinos nas escolas, inclusive para as oficinas de contação de histórias.
A Maquiadora Regina Mahia ensinou técnicas de maquiagem para os arteducadores. “Eles aprenderam como utilizar os recursos de maquiagem para mostrar toda a beleza egípcia, caracterizada principalmente pelo olhar marcante. Essa caracterização cênica do personagem faz parte da cenografia e complementa o figurino”, explicou. Para Élder Pio, arteducador da oficina de Dança Contemporânea em Poços de Caldas, a maquiagem é base mais importante para a construção de um personagem. “Sem maquiagem, o figurino fica incompleto. A oficina propõe um trabalho integral com a visão artística e inovadora. Pretendo ensinar meus alunos as técnicas aprendidas durante o workshop, afinal todo conhecimento deve ser passado para frente”, conclui.
O Figurinista e cenógrafo William Raush, que participou pela quarta vez do projeto, em seu mini-curso ensinou sobre o processo de criação de um figurino, que começa com a pesquisa da história dos personagens e vai até o processo de corte-costura. “O figurino é um ponto de partida para outros complementos como a maquiagem e a adereçaria. Por isso a importância das outras oficinas também”, afirma. Josilene Dali Ramos, arteducadora da oficina de Capoeira em Montes Claros, participou do curso e disse que aliando o conhecimento que aprendeu ao que outros arteducadores aprenderam, será possível fazer um espetáculo completo.
O designer gráfico Fabiano Fonseca participou pela primeira vez do workshop, em sua oficina de Cenografia Digital, ensinou sobre o uso de projeção de vídeo ao vivo, que acrescentam imagens em movimento aos espetáculos. “É mais um recurso para o espetáculo, mostramos ideias de cenário, de figurino e elementos para encenação”, afirmou. Para Pedro Campo, conhecido como X, arteducador da oficina de Dança de Rua em Barbacena, foi muito produtivo. “Descobri outras metodologias, visualizei novas formas de atuação e como a iluminação cênica e a arte digital fazem diferença nas apresentações. Pretendo utilizar mais desse recurso para abrilhantar ainda mais as apresentações dos meus alunos”, conta.
O artista técnico Wladimir Medeiros foi o responsável pela oficina de iluminação e segundo ele, existe uma sequência a ser produzida na montagem de um espetáculo. “Devem ser trabalhados o texto, o cenário, o figurino (com maquiagem e adereços), a trilha sonora e a luz. É a iluminação que tem o papel de transformar, dar clima e criar nuances, complementando todo esse conjunto e reforçando todo o trabalho artístico, desde a maquiagem até a dramatização. Por isso tento passar todo esse conhecimento aos arteducadores, pois assim saberão trabalhar individualmente em sua cidade”, ressalta. Rafael Gregório de Ramos, arteducador da oficina de Danças Urbanas em Viçosa, diz que é muito comum a iluminação ficar em segundo plano, mas é o que valoriza e deixa o espetáculo ainda mais rico. “O conhecimento agregará nas minhas oficinas e na montagem dos espetáculos de dança”, acrescenta.
Segundo a coordenadora executiva do programa TIM ArtEducação em Minas Gerais e coordenadora do workshop, Virgínia Bittencourt Moura, todo ano a capacitação dos participantes é um objetivo do programa. “Por meio dessas oficinas conseguimos contagiar e sensibilizar os arteducadores com a proposta de um trabalho colaborativo e interdisciplinar. É gratificante ver a construção de cada peça utilizada durante a apresentação final e a evolução do aprendizado dos arteducadores. A quarta edição do workshop contou ainda com a oficina de cenografia digital que enriqueceu e que ampliou as possibilidades cênicas e o fazer artístico de cada um. Podemos afirmar que este foi o melhor workshop”, revela.
Para o diretor Consumer da TIM em Minas Gerais, Rodrigo Neves, a história do programa se confunde com a própria história da operadora no Estado. “O TIM ArtEducAção é um dos programas mais longevos da nossa regional e indica que a TIM sempre teve um importante papel de mobilização social no Estado”, completa Neves.