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Classe médica pode deixar de atender na rede pública

Classe médica pode deixar de atender na rede pública

Os médicos que prestam atendimento público em Araxá já admitem a possibilidade de afastamento da rede municipal de saúde na semana que vem. Eles aguardam a autorização do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) para que a decisão seja tomada. A situação será analisada e aconselhada por uma comissão da entidade que vem a Araxá na próxima quinta-feira (21). Em decisões particulares, nove médicos já não atendem mais na rede pública.

A classe médica e a prefeitura tentam um acordo desde janeiro, quando Jeová Moreira da Costa assumiu a administração, mas as negociações esbarram nas questões de carga horária e salário. Em entrevista concedida ao Diário de Araxá no último dia 15 de abril, o secretário municipal de Saúde, Antônio Marcos Belo, anunciou que as negociações estavam fechadas, mas o bônus não foi pago e o salário fixo teve redução, causando revolta dos médicos este mês.

“Já tentamos negociar várias vezes, mas nunca se chega num consenso. Conversamos com o secretário de Saúde, com o prefeito, mas não se resolve nada. Recentemente, aceitamos o bônus em relação ao salário, mas mais uma vez a administração não cumpriu o que foi acordado e pagou um salário ainda menor. Teve médico que recebeu R$ 380 pelo mês trabalhado, isto de salário fixo. Isso causou uma revolta muito grande na classe”, afirma o delegado do CRM-MG em Araxá, o ortopedista Sidney Gonçalves Ramos.

Ele diz que a classe médica está unida e qualquer decisão será tomada em conjunto. “Claro que cada médico decide o que é melhor para ele, mas a classe está unida. Estamos apenas esperando a visita da comissão do CRM/MG na próxima semana para nos orientarmos o que é legal, o que pode ser feito, como deve ser feito e quais são os mecanismos de proteção para tomarmos uma atitude dessas.”

Se o afastamento coletivo acontecer, Sidney assegura não faltarão médicos nos atendimentos de urgência e emergência. “Não vamos deixar o atendimento em segundo plano. Aconteceram alguns casos nos ambulatórios esta semana que foi negado atendimento, mas foi uma atitude de revolta devido à notícia absurda dos salários pagos. Mas vamos esperar a autorização do conselho para tomar uma ação em conjunto.”

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