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Exposição Muros Invisíveis marca a abertura do 11º Fliaraxá

Exposição Muros Invisíveis marca a abertura do 11º Fliaraxá

Dia 20 de junho, próxima 3a-feira, às 20h, a edição mais ousada do Fliaraxá, em seus 11 anos de vida, promoverá a abertura da exposição “Muros Invisíveis – Educação”, instalada na fachada do Estádio Fausto Alvim, local de realização do evento. Na ocasião, o presidente do Festival, jornalista Afonso Borges, vai conversar com o público sobre todos os detalhes, proposta, conceito e estrutura do Festival, que vai acontecer entre 5 e 9 de julho, com entrada gratuita. O Fliaraxá é patrocinado há 11 anos pela CBMM, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com o apoio do Itaú, Cemig, TV Integração, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Calmon Barreto, Câmara Municipal de Araxá, Academia Araxaense de Letras e Condor Eventos.

Desta vez, a “Muros Invisíveis” acompanha o tema do Festival, “Educação, Literatura e Patrimônio”, ao apresentar fotografias de 43 professoras e professores negros de Araxá, ocupando os 100 metros de fachada do Festival, na Avenida Imbiara.

A curadoria da mostra é de Marisa Rufino e Carlos Vinícius Santos, e os registros são do fotógrafo Gabriel Andrade de Paula, que dão continuidade ao trabalho realizado por eles na exposição homônima, criada para uma edição anterior que retratou, em painéis de cerca de dois metros de altura, 42 afroempreendedores do município. Neste ano, junta-se ao trio o artista visual Matheus Black, que, com a sua arte de raízes no graffiti, ocupou toda a extensão da fachada, servindo de cenário, seguindo a identidade visual e temática do Fliaraxá, em harmonia com as fotos. Junto ao grupo, está também Flavio Victor Silva dos Santos, estudante, aprendiz de fotógrafo e artista.

Para a curadora da mostra, Marisa Rufino, que, além de educadora social, faz parte da liderança da Central Única das Favelas – Cufa –, em Araxá, e do Movimento Negro Unificado – MNU –, fazer parte da curadoria da exposição “Muros Invisíveis” reafirma toda a sua caminhada como militante da Mulher Preta. “Com o tema do Festival sendo ‘Educação, Literatura e Patrimônio’, não tinha como não escolher para serem homenageados nossos professores pretos e pardos de Araxá, em especial da rede municipal”, acredita. Rufino destaca que estar à frente de uma missão como essa requer muita responsabilidade. “A nossa intenção com a escolha não é selecionar, e sim representar todos os demais.” No processo, ela conta que a curadoria percorreu diversas escolas e, com cada diretor, chegou a esses nomes que estão sendo homenageados. “Chorei junto de cada selecionado(a) e, quando eu ligava na escola para contar sobre a seleção, a emoção enchia nosso coração de alegria. Minhas palavras foram ‘você foi a(o) escolhida(o) para representar todos nós, pelo seu serviço prestado tantos anos como educador(a). Esse reconhecimento reforça o grande respeito que temos pela sua caminhada e trajetória”, recorda.

Carlos Vinícius Santos, curador da Exposição, e que também atua no Centro de Referência da Cultura Negra de Araxá, acrescenta que a curadoria da mostra desse ano foi um trabalho sistemático de visita a todas as escolas públicas municipais em busca de professores negros ativos no movimento. “Nossa ideia é trazer a representatividade do povo preto na Educação em forma de arte, somando a fotografia e a arte digital, inovando e trazendo ainda mais carga cultural para a exposição”, acredita.

O fotógrafo Gabriel Andrade de Paula, o Gabriel Sirbag, destaca que essa segunda edição está sendo ainda mais importante pela adição dos novos artistas que somam com ele na parte visual. “Tenho ao lado o meu aprendiz, Flavio Victor, conhecido como Flattor, novo mas cheio de vivências, de sonhos, de desejos de batalhas e muito comprometido. E temos também o Matheus Black, que compôs a arte de todo o mural que receberá as fotos. Então, diferente do ano passado, que na parte de produção artística eu estava sozinho, este ano, tenho dois parceiros, também negros e que somam no espetáculo que o público vai ter a oportunidade de contemplar”, adianta.

O arte-educador, graffiteiro e artista visual Matheus Black, responsável pelo mural que acompanha e harmoniza com as fotografias, explica que, para este trabalho na exposição “Muros Invisíveis”, a técnica utilizada é a de ilustração digital com base nas tags estéticas e aspectos do graffiti, assim como a afroart, bastante presente em seu trabalho. No processo criativo, ele utilizou a temática do evento “Educação, Literatura e Patrimônio”, mais a sua identidade artística para desenvolver o mural que tem cerca de 103 metros de comprimento e três de altura. “Estudo artes de tribos africanas, e foram essas referências que eu trouxe para este mural, fazendo uma junção entre os tribais africanos e as minhas tags para criar uma estética única. A arte abstrata também está presente e serve de alicerce para a pessoa que vê construir a sua própria interpretação”, explica. Para ele, essa arte, que vem de sua experiência com o graffiti, conecta-se com o evento literário “pelo fato do graffiti ser conhecido como a escrita da rua. O graffiteiro é um escritor de rua. O graffiti tem tremenda ligação com a escrita, já que ele vem das letras, desde os seus primórdios”, afirma. Matheus Black foi um dos 42 afroempreendedores retratados na exposição em 2022. “Essa participação na Exposição deste ano é uma ação bem importante para a minha carreira, por ser um mural muito extenso e o Fliaraxá atrair muitas pessoas. Até então, meu trabalho é conhecido em minhas redes sociais (@malblaack) ou nos murais espalhados pela cidade na rua. Me sinto honrado de fazer parte da equipe, agora, como artista.”

O Fliaraxá é patrocinado há 11 anos pela CBMM, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com o apoio do Itaú, Cemig, TV Integração, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Calmon Barreto, Câmara Municipal de Araxá, Academia Araxaense de Letras e Condor Eventos

Serviço:

Exposição “Muros Invisíveis”, programação do 11.º Festival Literário de Araxá – Fliaraxá

Abertura da Exposição: 20 de junho, terça-feira, às 20 horas

11.º Festival Literário de Araxá – Fliaraxá

De 5 a 9 de julho 2023, de quarta-feira a domingo

Tema: “Educação, Literatura e Patrimônio”

Local: Programação presencial no estacionamento do Estádio Municipal Fausto Alvim (Av. Imbiara – Centro, Araxá) e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliaraxa

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