O Poder Judiciário em Araxá iniciou, na sexta-feira (26), no plenário do Juizado Especial, audiência de instrução para o julgamento de ex-vereadores e vereadores afastados acusados de compra e venda de apoio político na Câmara Municipal.
Testemunhas indicadas pela acusação a defesa dos réus, entre servidores públicos, representantes de entidades, vereadores e o prefeito Aracely de Paula, foram ouvidos pelo juiz titular da Vara Criminal, Renato Zouain Zupo.
Uma nova audiência está prevista para 12 de setembro, quando serão ouvidos mais quatro testemunhas, os ex-vereadores Miguel Júnior (renunciou ao cargo), Eustáquio Pereira (renunciou ao cargo) e Sargento Amilton (teve mandato cassado), e os vereadores afastados Cachoeira (PMDB), Juninho da Farmácia (PDT), Marcílio Faria (PT) – que são candidatos nas Eleições 2016 – e José Domingos Vaz, que não disputa reeleição.
Todos foram denunciados pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público por corrupção passiva, ativa, ou os dois, para apoio à reeleição do então presidente Miguel Júnior à presidência do Legislativo. A pena prevista é de 2 a 12 anos, e o Ministério Público pediu que os vereadores continuem afastados.
Os sete políticos foram presos temporariamente em agosto de 2015 durante investigações da Polícia Civil, que apurou o esquema chefiado por Miguel Júnior.
Indiciamentos
Sargento Amilton confessou ter recebido R$ 20 mil e solicitava R$ 10 mil restantes da propina, caracterizando corrupção passiva, segundo o delegado regional Cézar Felipe Colombari da Silva relatou na época.
José Domingos Vaz foi indiciado por crime de corrupção passiva, recebendo mesada de cerca de R$ 1,6 mil, e blindagem das investigações quando comandava a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano no governo Jeová.
No caso de Marcílio de Faria, segundo a Polícia Civil, ele recebeu de Miguel Júnior duas parcelas de R$ 1 mil referentes a um empréstimo.
Juninho da Farmácia, de acordo com as investigações, foi beneficiado com R$ 1,7 mil mensais por cerca de um ano e repassava esse valor a um primo dele que já trabalhou como servidor comissionado na Câmara.
Eustáquio Pereira confessou ter recebido R$ 15 mil em propina.
Cachoeira, de acordo com as investigações, organizava o esquema, sendo indiciado por duas vezes.
E Miguel Júnior foi indiciado por cinco vezes pelo crime de corrupção ativa.
Os advogados de defesa dos políticos citados negam suas participações no esquema.