Diante do surto da doença em outros países, viajantes brasileiros devem estar com a vacinação em dia.
A circulação do sarampo no Brasil, desde o ano passado, foi considerada interrompida pela Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS). Isso porque os últimos casos da doença no país foram registrados em julho de 2015, em um surto no Ceará. Contudo, diante do aumento de casos principalmente em países da Europa e da América do Norte e do registro de dois casos importados, agora em 2017, na Argentina, a eliminação do sarampo no Brasil encontra-se em risco.
Para a coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Eva Lídia Medeiros, é preciso estar atento à aproximação da temporada de férias, uma vez que a ocorrência de casos entre viajantes representa um maior risco de importação da doença para locais onde o controle foi estabelecido.
“Somente conseguimos eliminar o sarampo em nosso território devido às sucessivas ações de imunização. Portanto, aqueles que ainda não se vacinaram devem procurar uma unidade básica de saúde para atualizarem seu cartão”, afirma Eva.
A coordenadora acrescenta ainda que o cartão de vacina é um documento que comprova a saúde vacinal da pessoa e, portanto, deve ser guardado com todo cuidado.
Em Minas Gerais, os últimos casos autóctones confirmados de sarampo, ou seja, com transmissão dentro do território, ocorreram em 1999 (nove casos). Em 2011 e 2013, o estado identificou três casos importados, sendo um em 2011 e dois em 2013, que foram rapidamente controlados com bloqueio vacinal e vigilância das pessoas próximas, evitando assim um contágio secundário.
A vacina contra o sarampo é segura e eficaz na prevenção da doença e é garantida a toda população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Tanto a tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, quanto a tetra viral, que protege contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a varicela (catapora) estão disponíveis em todas as unidades de saúde do estado.
Toda pessoa com até 29 anos de idade, que tiver apenas uma dose da vacina tríplice viral, deve receber uma segunda dose, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
Já as pessoas na faixa etária de 30 a 49 anos devem ter, pelo menos, uma dose da vacina comprovada ao longo da vida. Aos viajantes recomenda-se a atualização das vacinas antes de viajar, preferencialmente com 15 dias de antecedência.
É importante reforçar a vacinação não só entre aqueles que têm viagem marcada para o exterior como também para aqueles que trabalham com turismo, em aeroportos, hotéis, transporte e agências.
“Por estarem em contato direto com turistas, é preciso que esses profissionais verifiquem se estão com o cartão de vacinação em dia para se protegerem e também para não transmitirem a doença para seus familiares e pessoas próximas”, completa o assessor técnico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Gilmar José Rodrigues.
A doença
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, podendo evoluir com complicações graves, incluindo encefalite, pneumonia e morte.
Por ser transmitida por meio de gotículas do nariz, boca ou garganta de pessoas infectadas pelo vírus, cuidados com a higiene pessoal e do ambiente devem ser reforçados, principalmente durante o inverno, época em que os locais ficam mais fechados. No entanto, somente a vacina é capaz de imunizar a pessoa durante toda a vida.