
A Polícia Civil concluiu o inquérito de compra e venda de apoio político na Câmara Municipal. Os delegados Cézar Felipe Colombari (regional) e Conrado Costa da Silva apontam o ex-presidente Miguel Júnior (PMDB) e o vereador afastado Cachoeira (PDT) como coordenadores do esquema de corrupção no Legislativo. Os dois foram indiciados por corrupção ativa e organização criminosa. Já o ex-vereador Eustáquio Pereira (PTdoB), e os vereadores afastados José Domingos Vaz (PDT), Marcílio Faria (PT), Sargento Amilton (PTdoB) e Juninho da Farmácia (DEM) foram indicados por corrupção passiva e organização criminosa. O Ministério Público tem cerca de 30 dias para analisar os indiciamentos e denunciar os envolvidos de acordo com as provas apresentadas no inquérito.
Segundo o delegado regional, todos os sete vereadores indiciados fazem parte da organização criminosa. “O Sargento Amilton solicitou os R$ 10 mil restante que teriam faltado da propina que ele confessou ter recebido no valor total de R$ 20 mil. Essa solicitação, por si só, caracteriza o crime de corrupção passiva. Não existe necessidade do recebimento do valor”, diz.
José Domingos recebeu uma mesada no valor de R$ 1,6 mil, em pelo menos quatro oportunidades, e também o benefício de ter sido blindado de investigações enquanto ocupou o cargo de secretário municipal (de Desenvolvimento Humano), segundo a Polícia Civil.
“Já Marcilio foi relatado e comprovado, em escutas telefônicas, que Miguel Júnior teria pago duas parcelas de um empréstimo que ele teria feito em nome do vereador Cachoeira. Juninho da Farmácia recebeu por aproximadamente um ano o valor de R$ 1,7 mil mensais para passar para um primo, que se quer trabalhava para receber. E Eustáquio Pereira que confessou ter recebido uma propina no valor de R$ 15 mil”, acrescenta o delegado Cézar Felipe.
“Miguel Júnior está sendo indiciado por corrupção ativa em cinco oportunidades. O Cachoeira por participar da corrupção do Marcilio e do José Domingos também será indiciado como sendo o grande coordenador. Como ele gosta de se intitular o capitão do time para pratica do crime”, completa o delegado.
De acordo com o delegado, houve uma força tarefa para concluir o inquérito mais cedo.
“A Polícia Civil não tem dúvida. Formou a opinião dela embasada em fortes depoimentos, afirmações do próprio Miguel Júnior, tudo isso comprovadas por escutas telefônicas realizadas na época da investigação do concurso público da Câmara Municipal. A Polícia Civil está encaminhando para o Judiciário as 400 horas de escutas telefônicas, dentre elas, a escuta envolvendo o chefe do Poder Executivo. No relatório, a Polícia Civil destaca essas conversas que o prefeito teve e faz o papel dela de opinar pela encaminhamento, assim entendendo o Judiciário e o Ministério Público, ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) para autorizar ou não a investigação sob o prefeito municipal”, destaca Cézar Felipe Colombari.