Na manhã desta quarta (26), a Câmara Municipal recebeu audiência pública da Prefeitura de Araxá para a apresentação do projeto de construção do viaduto no cruzamento da avenida João Paulo II com rua Uberaba. Uma equipe do Poder Executivo, com membros da empresa responsável pelo projeto, apresentou aos vereadores, imprensa e comunidade em geral, os diversos pontos da proposta, que visa melhorar a fluidez do trânsito naquela região, que é local constante de acidentes e outros problemas de tráfego.
O presidente da Câmara Municipal, Fabiano Santos Cunha (PRB), abriu a reunião dando as boas vindas aos presentes. Ele destacou a importância do debate a respeito dessa obra de grande impacto na cidade. “Recebemos o ofício da Prefeitura Municipal, assinado pelo senhor prefeito, solicitando o agendamento da audiência pública para apresentação do projeto do viaduto da Rua Uberaba. Marcamos a data atendendo o rito legal e à recomendação do Ministério Público à Prefeitura e divulgamos o convite”.
Em seguida, o secretário de Obras Públicas e Mobilidade Urbana, Sebastião Donizete de Souza, abriu o momento de apresentação da proposta, reforçando que, antes de chegar ao projeto atual, diversos ensaios foram feitos, visando o menor impacto à comunidade local e economia de recursos.
“Tentamos fazer sem a desapropriação na região, mas isso se mostrou inviável, tanto quanto, a ideia com a desapropriação de apenas um dos lados da Avenida Uberaba e João Paulo II. Assim, chegamos a estrutura que hoje temos projetada, com o viaduto no eixo da rua Uberaba. Os estudos do projeto e do impacto na vizinhança foram apresentados ao Conselho de Meio Ambiente (Codema) e aprovados pelo Conselho”, disse Donizete.
Os investimentos para a construção são oriundos de recursos próprios da municipalidade. Nas desapropriações foram aplicados R$ 7,1 milhões, em 22 imóveis desapropriados. Todas já foram pagas. Na execução da obra, serão colocados R$ 7,5 milhões e a obra tem prazo de execução previsto para oito meses.
O engenheiro de tráfego e pesquisador na área de viadutos, Farney Aurélio Alcântra, da Solar Engenharia, apresentou os pontos positivos e negativos que foram levantados com os estudos de tráfego e impactos, dentre outras pesquisas que foram feitas para conceber a proposta. O engenheiro explicou que o ponto de implantação do viaduto está em duas vias importantes da cidade, que são vias estruturantes.
O intenso fluxo, que foi percebido no local dos estudos, numa projeção para daqui dez anos, pode piorar, deixando o trânsito ainda mais lento nos horários de pico e possibilitando mais acidentes na região. “A topografia naquela região não é favorável, especialmente na rua Uberaba, que é um vale e é onde as pessoas chegam com velocidade mais imprudente”, destacou o pesquisador.
“Quando mudamos a forma de interação da avenida João Paulo II com a rua Uberaba, mudando o tráfego para níveis diferentes, eles não se atritam. Aí, damos capacidade para a intercessão e fluidez, sem impactos. As condições para pedestres também recebem melhorias, com pontos de acesso da pista de caminhada, para quem chega e sai, de forma segura, pelas travessias elevadas que serão instaladas”, explica.
De acordo com Eduardo Ken Mizuta, sócio diretor da Solar Engenharia, empresa vencedora da licitação, o projeto do viaduto teve como metas para sua formatação, promover a segurança viária, garantir a melhoria do fluxo e gerar o mínimo custo para a construção.
“Trabalhamos para ser uma obra menos impactante, mais simples, mais barata e que tenha um visual positivo para a região. O viaduto foi concebido em estrutura mista, de concreto e aço, para não colocar pilar na área central da João Paulo II. A estrutura também é iluminada com fita de LED, que não tem custo praticamente nenhum e dá uma boa visão a noite”, diz Eduardo.
Ainda, o projeto cria equipamentos públicos que tem como objetivo promover impactos benéficos, com áreas de convivência debaixo do viaduto e criação de ambiente positivo para moradores e pessoas que passam pela região. “São quatro áreas verdes arborizadas e com estrutura de proteção para não virar local de habitação. De um lado, sugerimos a implantação de uma Academia ao Ar Livre e no outro lado, espaço com mesas e bancos”, destaca Eduardo.
Após a explanação do projeto, vereadores fizeram perguntas e expuseram suas opiniões com relação à construção do viaduto. Representantes da comunidade e da imprensa, presentes na Audiência Pública, também puderam formatar perguntas e esclarecer dúvidas relacionadas a proposta. Finalizando, o presidente da Casa disse que a Câmara está cumprindo o que for determinação do Poder Legislativo em relação ao regimento e ao rito. “O Poder Legislativo cumpre o seu papel e reforça com a sociedade o compromisso em trabalhar com seriedade e transparência”, encerrou.
