O vereador José Gaspar Ferreira de Castro (Pezão) está de volta ao Legislativo de Araxá e fez uso da tribuna na tarde de hoje (20). No discurso, Pezão falou do tempo em que ficou afastado da função e disse ter sido humilhado. A Câmara Municipal foi notificada, na última sexta-feira pelo juiz Renato Zupo, sobre a revogação do afastamento do vereador.
Ele foi indiciado pela Polícia Civil como um dos suspeitos de desvio de dinheiro da Santa Casa de Misericórdia de Araxá e estava afastado desde agosto passado, após ser preso temporariamente durante a Operação Misericórdia.
Pezão retorna após o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através do promotor criminal, Fábio Soares Valera, concluir que não existiam elementos de provas suficientes para denunciar o vereador e instaurar um processo penal contra ele. Para o promotor, Pezão não concorreu para o desvio de recursos da Santa Casa, não integrou a quadrilha liderada pelo ex-presidente da Câmara de Vereadores, Miguel Júnior (PMDB), e não participou do processo de lavagem do dinheiro desviado.
Pezão retorna e o suplente Edinho de Souza (PMDB), que tomou posse na última quinta-feira deixa a Câmara Municipal. Edinho tomou posse com o afastamento do vereador João Bosco Borges (PR), suspeito de desviar bem público para uso particular. Porém, como é atualmente segundo suplente na coligação, Edinho não ocupará a cadeira no Legislativo, que passa a ser do suplente Jairinho Borges (PMDB).
Discurso
Pezão iniciou suas palavras lembrando que o povo o colocou na Câmara e a mesma Justiça que o tirou do cargo o colocou de volta. O vereador ainda é alvo de uma Comissão Processante instaurada na Câmara Municipal. Sobre o assunto, ele disse que ainda se sente inseguro e quer que isso acabe logo para ter tranquilidade e trabalhar.
O vereador se disse emocionado e fez um histórico da situação em que ele e a família viveram desde que foi preso no dia 12 de agosto. Pezão destacou que perdoa quem falou mal dele e agradece, de coração, quem o defendeu no período em que estava afastado da Câmara.
Pezão finalizou suas palavras dizendo que nunca mais que ser humilhado. “Prefiro morrer do que roubar. É muito triste ser chamado de ladrão”, diz.