Até dezembro de 2021, crianças e adolescentes de até 10 anos, 11 meses e 29 dias de idade, ainda não vacinadas, poderão receber a vacina meningocócica C (Conjugada). Diante da baixa cobertura vacinal, o Ministério da Saúde recomendou a imunização com a dose correspondente, considerando-se a relevância da vacinação neste grupo.
“A estratégia de ampliação da faixa etária tem como objetivo aumentar a proteção contra a meningite, evitando a ocorrência de surtos da doença pelo sorogrupo C, hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos, em especial com o retorno das aulas presenciais”, afirma a coordenadora Estadual do Programa de Imunizações, Josianne Dias Gusmão.
Como forma de prevenção, o Sistema Único de Saúde (SUS) já disponibiliza, no calendário básico de imunização, vacinas que protegem contra vários agentes causadores da doença. Atualmente, a vacina meningocócica C está disponível nas unidades básicas de saúde dos municípios.
A meningite, doença caracterizada por um processo inflamatório nas membranas (meninges) que envolvem o cérebro e a medula espinhal, pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.
Apesar da faixa etária em maior risco de adoecimento ser a das crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença. “Por isso, é tão importante garantir elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil como em adolescentes”, reforça Josianne.
Esquema vacinal
A coordenadora de Imunização explica, ainda, que a vacina meningocócica C (Conjugada) já é recomendada para crianças menores de cinco anos, sendo administrada em esquema de duas doses, aos 3 e 5 meses de vida, e uma dose de reforço, preferencialmente, aos 12 meses de idade.
“Além disso, para as crianças que por algum motivo perderam a oportunidade de receber a vacina nas idades indicadas, recomenda-se a administração de uma dose até os 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade, também sendo utilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) conforme o Manual dos CRIE”, orienta.
Coberturas
Em 2020, a cobertura vacinal para a meningocócica C (conjugada) foi de 86,43% em menores de 1 ano e de 85,79% em crianças de até 1 ano. Já em 2021, até o mês de abril, a cobertura registrada é de 81,32% em menores de 1 ano e de 76,21% em crianças de até 1 ano.
A meta indicada pelo Ministério da Saúde é a cobertura vacinal de 95% dentro do público indicado para receber o imunizante.
Produção
A vacina contra a Meningite C foi introduzida na campanha de vacinação do estado de Minas Gerais, em 2009. Um ano depois, o governo brasileiro a incluiu no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Desde então, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio de uma Aliança Estratégica com a GSK para transferência de tecnologia do processo produtivo, vem sendo a fornecedora exclusiva do imunizante na rede pública do país.
Para o diretor Industrial da Funed, Bruno Pereira, o quantitativo de doses enviado ao Ministério da Saúde nos últimos meses é suficiente para atender a todos os grupos contemplados pela vacina, mesmo com a ampliação da faixa etária.
“Mesmo diante da pandemia da covid-19 e de todos os desafios que a mesma apresenta, inclusive quanto ao transporte, temos garantido o abastecimento da vacina para todo o país. Em 2020, inclusive, batemos o recorde no número de vacinas enviadas ao Ministério da Saúde, com cerca de 17,6 milhões de doses”, reforçou o diretor.
Neste ano, até o momento, já foram enviadas mais de 5 milhões de doses.
“É preciso um esforço conjunto, principalmente durante a pandemia. Como as ações de imunização são fundamentais para o controle da doença, a Funed segue trabalhando permanentemente para que a vacina contra a meningite C chegue a todos os brasileiros”, destacou Bruno Pereira.
Ao longo dos 11 anos em que a vacina Meningocócica C vem sendo fornecida ao Ministério da Saúde, foram mais de 120 milhões de doses distribuídas no território nacional.