Diversas atividades aconteceram durante todo o dia no Centro de Referência da Cultura Negra de Araxá, em lembrança ao 13 de Maio, data em que se comemora a Abolição da Escravatura no Brasil. A escravidão foi oficialmente extinta nesse dia por meio da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, em 1888, mas, segundo o presidente do Conselho Afro de Araxá (Coafro), Clayton Aires da Silva, o preconceito ainda existe, principalmente por parte do próprio negro.
“O maior preconceito de hoje vem do próprio negro em não admitir a sua raça e dizer que é negro. O negro deve deixar esse negócio de pele morena, chocolate e pardo, que são coisas que inventaram para tentar acabar com a raça negra. Ele tem realmente que assumir a sua negritude”, destaca.
De acordo com Clayton, o negro ainda deve batalhar para recuperar tudo o que perderam em tantos anos de escravidão.
“O negro tem que dar passos largos para a mudança. Nós temos que mudar algumas características, nosso modo de vida e a forma de fazermos as coisas e para buscarmos tudo o que perdemos há centenas de anos. A abolição foi muito importante, mas depois o negro percebeu que não tinha terra e nem lugar para poder plantar, e, por isso, teve de repensar a sua vida.”
Atividades
Hoje pela manhã aconteceram atividades de um projeto desenvolvido com crianças afro-brasileiras, danças típicas shows, palestra de Paulo De Logun Éde e a apresentação do filme “O Besouro”.
Durante a tarde, aconteceram apresentações de capoeira, maculelê e do Grupo Batuxá. No encerramento, que à noite, teve show com Miguel Júnior e Jorge Vinis, além do teatro que vai mostrar a história dos escravos que, segundo uma lenda, foram mortos na Árvore dos Enforcados.
Editoria de Cultura do Diário de Araxá