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Presídio de Araxá entre as menores médias de reincidência no Estado

Presídio de Araxá entre as menores médias de reincidência no Estado

Com a desativação da cadeia pública de Araxá e inauguração do presídio da cidade, há pouco mais de um ano, muita coisa mudou. O prédio foi entregue pelo vice-governador Antônio Augusto Anastasia, no dia 27 de dezembro de 2007, quando 30 policiais militares e civis deixaram à guarda de presos e retomaram as tarefas de policiamento ostensivo e investigação policial, reforçando a segurança da população. A obra custou R$ 1,5 milhão, sendo R$ 1,1 milhão do Tesouro Estadual e R$ 400 mil do município.

De acordo com o diretor da unidade prisional, Marcelo Lima, Araxá está entre as cidades mineiras com o menor índice de reincidência, 6,2 % em 2008. “É um número muito comemorado por nós, em outras unidades esse número girou em torno de 58%.”

Ele destaca que os bons resultados só são colhidos devido ao trabalho em equipe. “Me sinto lisonjeado em ter a equipe que eu tenho, talvez eu seja o menos importante dentro do presídio, a equipe de agente penitenciários, de funcionários administrativos, de diretores setoriais têm feito a diferença”, afirma.

Marcelo explica que o baixo índice reflete o tratamento individualizado de ressocialização. “Todo preso é classificado por psicólogos, assistentes sociais, profissionais da área da saúde e segurança, a partir daí é feito um Programa Individualizado de Ressocialização (PIR), que indica o melhor tratamento penal”, diz.

O presídio, com capacidade para 128 detentos, conta hoje com 244 homens e 34 mulheres. Apesar de estar com 150 pessoas acima da capacidade, Marcelo destaca que as celas são amplas e o número é considerado normal, se tratando de presídio.

A unidade conta com uma horta comunitária, que colheu 6,5 toneladas de alimentos distribuídos para entidades assistenciais da cidade. Construiu um canil em 2008 e as obras de uma escola, com três salas de aula e uma biblioteca com capacidade para 5 mil livros, foram iniciadas, tudo com mão-de-obra carcerária. Os detentos trabalham com o sistema de remissão, a cada três dias trabalhados é descontado um na pena.

Para 2009, o diretor espera finalizar as obras da escola para construir uma área administrativa e implantar unidades profissionalizantes.

Projeto Real Liberdade

Marcelo pretende implantar na unidade o Projeto Real Liberdade, que dá o tratamento para dependentes químicos dentro do presídio. “Nós teremos um acompanhamento psicológico e principalmente um aconselhamento para os dependentes que chegam aqui (presídio) e têm várias crises de abstinência”, comenta. 

Discriminação

A reinserção do preso na sociedade e no mercado de trabalho ainda esbarra no preconceito, segundo o diretor. “A discriminação existe, mas nós vemos hoje órgãos com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), quem tem feito campanhas pra a reinserção profissional do preso e acredito que essa situação está mudando. O importante é que os presos têm uma nova chance na sociedade e de restabelecer a família”, ressalta.

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