O período de distanciamento social para conter a propagação do coronavírus deve ser de atenção redobrada com os animais de estimação. Se antes os passeios com os tutores eram comuns nas ruas e praças, desde a primeira quinzena de março a rotina dos pets também foi bastante alterada. Por outro lado, a presença dos donos, que não era tão comum em casa durante parte do dia, passou a ser mais frequente com a adoção do teletrabalho para diversos setores produtivos.
As mudanças, no entanto, podem representar maior carga de estresse nos bichos de estimação. De acordo com a gestora ambiental e veterinária do Núcleo de Fauna e Pesca da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Janaína Colina, o desgaste emocional pode ser abreviado com atividades que possam ajudar os animais a gastar energia.
“O tutor pode usar e abusar de sua imaginação, buscando brincadeiras para entreter seu cão ou gato, tais como esconder petiscos e brinquedos pela casa para estimular o animal a encontrá-los, ou até mesmo o tradicional jogo de lançar e buscar a bolinha”, aconselha.
Janaína cita também a importância da dedicação de um tempo para educar ou brincar com os animais. “O tempo extra com o animal de estimação pode ser usado para ensinar alguns comandos básicos. Existem diversos tutoriais on-line, disponibilizados gratuitamente, nos quais especialistas em comportamento animal dão várias dicas sobre o assunto”, complementa.
Mais cuidados
Apesar de não indicar os passeios com os bichos de estimação neste período, caso seja necessário sair com o animal, a veterinária diz que alguns cuidados devem ser adotados.
“Deve-se evitar sair em horários e para locais com grande circulação de pessoas, reduzir o tempo dos passeios, evitar que o animal tenha contato com outras pessoas, além de higienizar as patinhas com água e sabão e secá-las ao chegar em casa”, frisa Janaína.
A coordenadora do Núcleo de Fauna e Pesca da Semad, Samylla Mol, destaca que observar o comportamento do animal neste período também é essencial. “Os animais sentem falta de exercer seus comportamentos naturais, tais como farejar, caminhar”, afirma. “Assim como nós, eles gostam e precisam de liberdade para se sentir bem”, acrescenta.
Os cuidados com os pets, reforça ela, devem fazer parte da rotina das famílias, não sendo exclusivos no período de isolamento.”Os animais são seres sensíveis e, muitas vezes, sofrem em silêncio. Por isso, devemos estar sempre atentos aos comportamentos e necessidades deles,” finaliza Mol.
Fonte: Agência Minas