A sífilis, caracterizada por ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada pelo Treponema pallidum (T. pallidum), está avançando não só em Minas Gerais, mas em todo o país. Para controlar o aumento de casos, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a toda a população medidas de prevenção ao agravo, como preservativos, exames para diagnóstico e tratamento necessário.
“O aumento do número de casos de sífilis na atualidade pode ser atribuído à ampliação do diagnóstico por meio da testagem rápida na atenção primária. No entanto, também há a ocorrência da redução do preservativo nas relações sexuais, que consiste na principal forma de prevenção da doença”, afirma a coordenadora de IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mayara Marques.
Sífilis adquirida
A sífilis adquirida traz sérias complicações para a saúde humana. É caracterizada por feridas nos órgãos genitais, erupções pelo corpo e nas mucosas, danos no cérebro, medula espinhal e vasos sanguíneos. “A sífilis adquirida pode ser transmitida tanto por meio do ato sexual, quanto pelo contato com o sangue infectado. A infecção é passível de prevenção e tem cura”, explica Mayara. Ao longo de 2018, Minas Gerais registrou 14.842 casos de sífilis adquirida no estado, enquanto em 2019, até o momento, foram notificados 8.235 casos.
Sífilis em gestante
Na classificação da sífilis em gestantes, há a probabilidade de a doença ser transmitida para o feto, fato caracterizado pela transmissão vertical, principalmente entre a 16ª e a 28ª semana de gestação. O contágio ocorre com mais periodicidade no período intrauterino, mas também pode acontecer no parto, se houver lesão ativa.
“É imprescindível que a gestante realize todas as consultas e exames do pré-natal. O teste para diagnóstico da doença é feito na primeira consulta, no terceiro trimestre da gestação e no momento do parto. A infecção no recém-nascido pode ser prevenida por meio de exames de rotina, tratamento adequado em casos de exame positivos e pelo uso do preservativo”, explica a coordenadora Mayara Marques.
Em 2018, Minas Gerais registrou 5.498 casos de sífilis em gestantes e, em 2019, até o momento, o estado teve notificação de 2.514 casos.
Sífilis congênita
A sífilis congênita ocorre quando há a transmissão da doença para o bebê durante a gravidez. “Na ausência de tratamento, a transmissão vertical da sífilis é elevada. Entretanto, o diagnóstico e tratamento oportuno são altamente eficazes e reduzem a transmissão de forma considerável. O número de casos notificados para esta modalidade da doença dependerá, portanto, da capacidade de intervenção dos serviços para reduzir a transmissão vertical, do diagnóstico precoce e tratamento adequado às gestantes e seus respectivos parceiros”, explica Mayara.
Em 2018, Minas Gerais registrou 2.433 casos da sífilis congênita, enquanto em 2019, até o momento, foram notificados 1.336.
Prevenção e tratamento
Os sintomas da doença variam de acordo com o estágio em que ela se encontrar no organismo no indivíduo. Em sua primeira fase, é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino e boca). Já a fase secundária surge, em média, entre seis semanas e seis meses após a infecção. Neste caso, podem ocorrer erupções cutâneas. A fase terciária se manifesta na forma de inflamação e destruição tecidual. Neste caso, é comum o acometimento do sistema nervoso e cardiovascular.
A principal forma de prevenção da doença é a utilização do preservativo, seja ele masculino ou feminino em todas as relações sexuais, sejam elas anais, vaginais ou orais. Atualmente, o SUS fornece para a população o exame para diagnóstico e a indicação do tratamento adequado.
A benzilpenicilina benzatina, também conhecida simplesmente por penicilina, é utilizada no tratamento da doença, sendo a única com eficácia durante a gestação e está disponível à população nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do estado. Aos demais pacientes que não forem gestantes, há outros remédios que podem ser utilizados, de acordo com a análise clínica que deverá ser feita por um médico.
Ações
A Coordenação Estadual de IST/Aids e Hepatites Virais da SES promove capacitações in loco nas 28 Regionais de Saúde do estado, com o envolvimento da atenção primária e epidemiologia, a fim de sensibilizar os profissionais para realização do diagnóstico e tratamento precoce, bem como a notificação e investigação de novos casos. Além disso, são divulgadas frequentemente nas redes sociais da secretaria, site e blog informações sobre a doença, publicações de boletins epidemiológicos e webaulas.“Essas ações devem ser contínuas para que assim haja um impacto positivo em relação à ocorrência da doença em Minas Gerais”, finaliza Mayara.
Para mais informações acesse www.saude.mg.gov.br/sifilis.
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